Seu time da NHL é uma seleção da Copa do Mundo de 2018
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Mais de cinquenta dias desde que os esportes foram cancelados, ou “pausados” no caso da nossa querida NHL. O retorno ainda é incerto, mas precisamos nos manter otimistas.
Nem preciso dizer que a volta dos esportes é a menor das prioridades em tempos de uma pandemia. No mínimo, poder assistir a um jogo ao vivo de novo será um indicador de que as coisas estão caminhando na direção certa.
Enquanto esse dia não chega, seguimos em casa, tentando ocupar nossas mentes com o que quer que seja. A última distração que encontrei foi comparar os times da NHL com as 32 seleções que participaram da Copa do Mundo da FIFA de 2018, pelo simples fato de “por que não?” Vale lembrar que em breve serão 48 times participando do Mundial, então é preciso aproveitar enquanto é possível fazer uma lista assim.
A princípio me pareceu uma tarefa simples, os paralelos praticamente se criando sozinhos. Não demorou muito até eu perceber o erro que havia cometido e me arrepender de todas as decisões tomadas em minha vida que me levaram àquele momento.
É claro que não existe resposta certa ou errada (a não ser no caso de Toronto, mas ainda vamos chegar lá), e a seção de comentários está aberta para quem quiser compartilhar outras possíveis comparações. Vou ficar feliz de lê-las e saber como vocês chegaram nelas.
Também gostaria de lembrar que essa foi a Copa em que muitos times dignos de analogias ficaram de fora, como a Itália, Países Baixos, Chile, Estados Unidos. A lista provavelmente teria ficado bem diferente com estas seleções na disputa.
Sem mais delongas, as 32 equipes da NHL (Seattle foi incluída na lista por razões meramente matemáticas) e suas respectivas seleções da Copa do Mundo de 2018:
Quem tem mais tem cinco (ou 24)
Montreal Canadiens: Brasil
Como bom site brasileiro que é o NHeLas, começo ressaltando quem realmente importa. A seleção brasileira é uma equipe singular, a única a participar de todas as Copas do Mundo. Da mesma forma, os Canadiens vêm ganhando Stanley Cups mesmo antes da NHL ser fundada, em 1917. A paixão do torcedor é exemplar no caso das duas equipes, e eles adoram ressaltar que são “os maiores campeões de todos os tempos”, mesmo que a última das conquistas tenha sido alguns bons anos atrás.
A semelhança é ainda mais evidente quando comparamos os anos do último título de cada um: Montreal levantou sua 24ª Stanley Cup em 1993. 1 + 9 + 9 + 3 = 22. Vinte e dois. 20 e 02. 2002, também conhecido como o ano do Penta. Incrível!
Europa
Toronto Maple Leafs: Inglaterra
Essa é de longe minha comparação favorita. Assim como o Brasil, a Inglaterra tem uma relação fortíssima com o futebol, afinal eles “inventaram” o esporte como o conhecemos hoje. O país teve jogadores ilustres em toda a sua história, a Premier League é o campeonato mais assistido, seus clubes conhecidos e com torcidas por todo o planeta.
Toronto por sua vez é uma das cidades mais importantes da “terra-mãe” do hockey no gelo. A população respira o esporte em todos os níveis, e, muitas estrelas da NHL se não passaram pela equipe em sua carreira, muitas vezes cresceram torcendo para os Leafs. A cidade ainda é casa do Hall da Fama do Hockey, e o próprio time tem uma história de causar inveja até nas mais tradicionais das equipes, com suas 13 Stanley Cups. E este é o ponto exato em que queremos chegar: Tanto a Inglaterra quanto Toronto levantaram a taça pela última vez em 1966-67! Mesmo assim, não há eliminação inesperada ou derrota humilhante que faça a torcida deixar de acreditar que “no próximo ano o título vem”, e isso é algo a se admirar.
Boston Bruins: Alemanha
Mais duas equipes de tradição em seus respectivos esportes. Assim como a Alemanha, os Bruins têm alguns títulos bem distribuídos ao longo das décadas, passando a imagem de uma equipe consistente, que sempre pode ser considerada uma ameaça a seus adversários, mesmo quando esse não é bem o caso. Ambos os times também costumam ser um divisor de águas para o fã do respectivo esporte: ou você ama, ou você odeia.
New York Rangers: França
A primeira justificativa são os lugares em si. Nova York e França são paraísos turísticos, arquitetônicos, artísticos, culturais, gastronômicos, e o que mais você puder pensar. Fora isso, ambos os times vestem o “azul, branco e vermelho” como ninguém. Em seus respectivos elencos, as equipes contam com a experiência de veteranos aliada a jovens talentos e promessas futuras, e são dois times “fáceis” de se virar fã. Talvez a quantidade de títulos conquistados não faça jus à tamanha história dos Rangers ou dos Bleus, mas tudo bem porque esta ainda está sendo escrita.
Chicago Blackhawks: Espanha
De fanáticos desde o século passado a “torcedores modinha”, esses times podem oferecer de tudo. Por praticamente cinco anos, tanto os Hawks quanto a seleção espanhola foram extremamente dominantes, e eles têm o que mostrar por isso: três Stanley Cups (2010, 2013, 2015) e uma Copa do Mundo (2010). No entanto, recentemente ambas as equipes apresentaram performances medíocres, até abaixo do esperado dado o histórico da década que passou. Alguém conta para eles que é hora de parar de olhar para trás e focar no que vem pela frente.
Washington Capitals: Rússia
Tanto a Copa Stanley quanto a Copa do Mundo passaram o verão de 2018 na Rússia. Para uma, este marcou o fim de uma longa temporada, que viu um dos maiores jogadores na NHL finalmente levantar a taça pela primeira vez. Para outra, foi o começo de uma jornada emocionante e de uma festa enorme, que os russos (e principalmente os franceses) não vão esquecer tão cedo.
Edmonton Oilers: Portugal
O paralelo aqui é simples: têm o melhor jogador da atualidade na equipe, mas ele não vai carregar o time sozinho até o primeiro lugar. Ainda, os dois gostam de vestir cores complementares.
Winnipeg Jets: Sérvia
Causa um certo estranhamento ouvir que a Sérvia só “existe” desde 2006. “Eu tenho certeza que ouvi falar deles bem antes daquele ano!” Sim, o povo sérvio tem séculos e mais séculos de história, mas o país em si, ao qual nos referimos hoje, é mais jovem que a própria estagiária do NHeLas. Pela maior parte do século XX, os sérvios disputaram a Copa do Mundo sob a bandeira da Iugoslávia, e depois ainda como Sérvia e Montenegro, até a dissolução desta em 2006.
Da mesma maneira, fãs de hockey de outras gerações se lembram de “um tal de Winnipeg Jets” dos anos 70 até os anos 90. Até troféu eles ganharam (na World Hockey Association, antes de irem para a NHL). Só que o time de antigamente não é o mesmo que conhecemos hoje. Aquela franquia se tornou quem atualmente chamamos de Arizona Coyotes, e os Jets que chegaram à NHL em 2011 eram à princípio o Atlanta Thrashers. No entanto, para o torcedor de Winnipeg, o que importa mesmo é ter um time para chamar de seu.
Philadelphia Flyers: Polônia
Os anos 1970 foram o ápice da seleção polonesa, com uma medalha de ouro nas Olimpíadas de 1972, a prata em 1976, e um terceiro lugar na Copa de 1974. O time ainda se manteve relevante no cenário mundial, principalmente europeu, dando trabalho para outros times “grandes” e vez ou outra conquistando um segundo ou terceiro lugar. Se pensarmos nos Flyers, as duas Stanley Cups da equipe também datam da década de 1970, mais precisamente das temporadas 1973-74 e 1974-75. A partir daí foram mais anos de luta do que de glória. Porém, na Divisão Metropolitana as outras equipes bem sabem que é melhor não subestimar o Gritty.
Carolina Hurricanes: Bélgica
Equipes jovens, talentosas, rápidas, divertidas de assistir e claro, vestindo vermelho. Todo mundo ama, até eles chegarem para eliminar o time que você torce.
Colorado Avalanche: Suíça
Os Alpes suíços estão entre os locais com a maior incidência de avalanches no mundo. Fora isso, nem os Avs nem a Suíça querem guerra com ninguém.
Tampa Bay Lightning: Suécia
Entre os países nórdicos, a Suécia é o mais bem-sucedido no quesito futebol. Igualmente, o Tampa Bay Lightning pode se declarar o “Maior da Flórida”, sem muito protesto por parte da competição. Contudo, ambas as equipes chegam com um elenco cheio de promessas e nomes de peso, às vezes com campanhas surpreendentes nas primeiras fases, para no final se deixar eliminar assim que a competição fica séria. Um já foi vice, o outro já até ganhou. Por enquanto, ninguém duvida do seu potencial, mas isso pode mudar logo.
Minnesota Wild: Dinamarca
Frio. Vikings. Saem nas oitavas.
San Jose Sharks: Croácia
“Eu juro que o meu time é bom!” “Tá, mas quantas Copas?” “A gente foi vice uma vez…” Nada é mais frustrante para um torcedor do que ver sua equipe, ano após ano, nadar, nadar, e morrer na praia. Pelo menos as praias são lindas!
Seattle: Islândia
Estreante que eu mal conheço e já considero pacas. Se na última Copa a seleção islandesa não conquistou o seu coração, é meu dever avisá-lo que você estava torcendo errado. O mesmo serve para a futura nova equipe da NHL, que ainda sem nome e sem camisa para comprar, já tem fãs por toda parte ansiosos para vê-los no gelo!
Américas
New York Islanders: México
Dois times marcados por grandes escândalos nos anos 90. As torcidas são apaixonadas e fiéis, às vezes na base do puro sofrimento. O México nunca ganhou uma Copa do Mundo, mas tem Copas Ouro de sobra para exibir aos rivais. Do outro lado, os Isles venceram quatro Stanley Cups seguidas de 1979-80 a 1983-84, e em outros anos não chegaram nem perto. Recentemente, são duas equipes que todo mundo espera ver passar de fase, mas ninguém se surpreende se são eliminados sem atingir todo seu potencial.
Florida Panthers: Costa Rica
Não quero desmerecer, mas é muita hype pra quem nunca ganhou nada…
Calgary Flames: Uruguai
Os Flames tiveram um final de século muito promissor, vencendo a Stanley em 1988-89, e até hoje ainda entram na briga, às vezes, literalmente. Ou melhor, na maioria das vezes, literalmente. Pode-se dizer que a coisa mais “quente” no time é a cabeça dos jogadores. Quem tem um histórico de pontapés (ou mordidas, para quem preferir) à altura, além de duas Copas ainda nos primórdios do torneio, é o Uruguai.
Detroit Red Wings: Argentina
Os “arqui-inimigos”. Se Detroit até hoje tem fama de “bad boys” é porque eles mereceram. Como brasileira, também é meu dever comparar a seleção hermana ao time com “A Pior Campanha De Todos Os Tempos”. Sempre no bom espírito de camaradagem, é claro. Dito isso, reitero que se tratam de times de muita história, grandes jogadores e títulos para relembrar. Fases ruins todos nós temos, mas só os grandes sobrevivem e dão a volta por cima.
Pittsburgh Penguins: Colômbia
Diga-me que os seus Penguins mereciam uma seleção mais campeã, e eu te direi… que é verdade. Infelizmente, o número de times com uma ou mais estrelas em seu escudo foi ainda mais limitado nessa Copa (palmas à Itália), e nem toda franquia da NHL pôde ser comparada ao número de títulos que lhe cabem. E não, Pittsburgh não seria a Itália. Mas voltando à nossa lista, a Colômbia é um time muito talentoso, que no entanto sofre com lesões de peças importantes ao longo da competição. Quem sabe onde eles teriam chegado não fosse por esses desfalques?
New Jersey Devils: Peru
Entra ano, sai ano, entra contrato, sai contrato. Você acha que o time melhorou, e no final da temporada lá estão eles, de volta ao fim da tabela. Ao mesmo tempo, foram muitos passos dados até aqui para desistir agora. Se este é o inferno, abrace o capeta e acredite que dias melhores estão por vir!
Arizona Coyotes: Panamá
Confesso que havia esquecido que tínhamos outro estreante nessa Copa. Da mesma forma, estou sempre esquecendo que os Coyotes existem.
África, Ásia e Oceania
Ottawa Senators: Egito
O Egito não sabe o que é chegar na segunda fase da Copa desde que inventaram o rádio FM. Os Sens das 11 Stanley Cups entre 1903 e 1927 também são uma memória distante do torcedor do time atual. Honestamente, não sei porque estão aqui.
Dallas Stars: Nigéria
Quem melhor para representar o Victory Green do que a seleção que decidiu ter o verde como cor principal nas duas camisas da última Copa?
Nashville Predators: Senegal
Seguindo a tendência de comparar uniformes, em 2018 a seleção senegalesa deu um destaque especial para o leão de seu escudo nas camisas dos jogadores. O detalhe foi mais discreto que o utilizado da Copa das Nações Africanas no ano anterior, mas ainda serviu no paralelo com a camisa de Nashville. Além do fato de felinos serem animais maravilhosos, os Preds também têm um dos meus logos favoritos na NHL.
Los Angeles Kings: Tunísia
Os times estão aí há mais tempo do que parece, e a maioria das pessoas nem se lembra. Assim como os Kings de hoje, a Tunísia é aquela seleção que todos já sabem que não vai fazer mal a ninguém, mas ela é bem-vinda a participar mesmo assim.
Anaheim Ducks: Marrocos
Marrocos. Marrecos. Patos. Ducks. Isso, e também o fato de estar pertinho de Los Angeles/da Tunísia.
Vegas Golden Knights: Arábia Saudita
A escolha foi exclusivamente geográfica, pois é o país mais próximo de onde se encontra a “Las Vegas do Mundo”: Dubai. É uma comparação preguiçosa entre as duas cidades, mas que atende aos requisitos básicos de “deserto” e “ostentação”.
Buffalo Sabres: Irã
Vou me abster de comentar questões “administrativas”, para só dizer uma coisa: será que dá para passar da fase de grupos uma vez na vida, minha gente?!
Columbus Blue Jackets: Coreia do Sul
Dois times que ninguém coloca muita fé, mas sempre dão um jeito de aparecer. Podem não chegar muito longe, mas ficam felizes em eliminar um favorito ou dois por onde passam.
Vancouver Canucks: Austrália
Primeiramente, o fuso-horário é sempre um problema. Antes da competição começar, ninguém sabe muito bem o que esperar dessas equipes, e o ideal é não fazer muitas apostas, ainda que os times possam surpreender. Além disso, Vancouver está para sua divisão como a Austrália está para seu continente: cansou de ser o melhor time da região, mas nunca conquistou título maior que esse.
St. Louis Blues: Japão
“Mas o Japão não é campeão…” Nem eram vocês durante a última Copa. E agora que são, olha o estado do planeta! Coincidência? Acho que não. Meu paralelo aqui vai um pouco além das Copas em si. A história recente do Japão é marcada por superação e recuperação em tempos de crise. Da mesma forma, a temporada 2018-19 de St. Louis é o exemplo de uma equipe que chegou ao fundo do poço e ascendeu ao topo da Liga, desafiando todas as probabilidades. Histórias desse tipo não são a regra, mas servem de inspiração nos momentos que mais precisamos, e é isso o que as torna essenciais.
Foto: Reprodução nhl.com