Rastreamento de puck e de jogadores chegando na próxima temporada
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Quem assistiu ao All-Star Game neste final de semana pôde acompanhar a demonstração da nova tecnologia que a NHL espera introduzir a partir do próximo ano.
Na sexta-feira (25), o comissário da liga Gary Bettman anunciou que, em parceria com a empresa alemã Jogmo World Corporation, a NHL vai contar com microchips nas camisas dos jogadores e nos pucks de jogo. Todos os dados serão coletados em tempo real por antenas instaladas a partir da próxima temporada nas 31 (em breve 32) arenas da liga.
Anos depois dos pucks brilhantes e trajetórias coloridas na tela da Fox nos anos 90, a NHL passou a investir no próprio sistema de tracking. Junto à NFL, ambas serão as duas grandes ligas profissionais da América do Norte com esse tipo de tecnologia que pode ser “vestida” pelos jogadores. A NBA e MLB usam sistema sofisticados que contam com câmeras e radares.
Desde 2013, vários testes foram realizados nos All-Star Games (incluindo o deste ano), na Copa do Mundo de Hockey de 2016, e também em alguns jogos em Las Vegas no início da temporada. O objetivo é enriquecer as transmissões televisivas sem distrair o espectador do jogo. Assim, os fãs experientes podem contar com mais informações em tempo real, e o jogo também fica mais “acessível” para quem ainda está se familiarizando com o esporte.
“[O sistema] vai continuar a evoluir e vai ser monitorado, testado e aperfeiçoado durante o resto dessa temporada e partes da próxima,” disse o diretor financeiro da NHL Keith Wachtel. “Mas é nossa chance de dizer que estamos num ponto em que o comissário está confortável com os dados e as emissoras e a NHLPA estão confortáveis de que podemos ir em frente e lançar [o recurso], e obviamente estamos muito animados com isso.”
Nesse final de semana, a NBC deu “um gostinho” em sua transmissão principal do Jogo das Estrelas do que pode estar pela frente. Para quem assistiu no site ou no app da NBC Sports, a demonstração foi ainda mais intensa.
Segundo o produtor da NBC Sports Steve Greenberg, eles queriam “jogar tudo ali e ver a reação das pessoas.” Por método de tentativa e erro, diferentes recursos foram testados, ligados e desligados ao longo da transmissão, enquanto os produtores decidiam como incorporar cada novo dado disponível. Da mesma forma, os comentaristas decidiam como usar essas novas informações em suas análises.
Entre os recursos disponibilizados estavam tags identificando cada jogador no gelo, duração dos shifts, velocidade e distância percorrida individualmente, tempo da equipe na zona ofensiva, velocidade do puck, e claro, a tragetória do disco, representada por um rastro acinzentado, e dos próprios jogadores, com um rastro azul.
Os comentaristas ressaltaram que ainda vai levar um tempo para entendermos o que é realmente relevante e o que não é, mas o potencial dessas informações é enorme.
“Os fãs de esporte estão acostumados a ver, por exemplo, o tempo de posse no futebol americano, e isso pode dizer muito sobre o andamento de um jogo,” disse o comentarista Kenny Albert. “Esse não é um stat oficial no hockey, mas eu sei que algums times tomam nota disso. Acho que é algo muito legal de se ver.”
De acordo com o feedback nas redes sociais monitoradas pela NBC, o rastro do puck e o cronômetro com a duração dos shifts de cada jogador agradaram bastante os espectadores.
“Nós vamos conversar com a [Jogmo] e a liga e vamos traçar os próximos passos,” disse Greenberg. “Obviamente a liga tem a intenção de [lançar] isso no próximo ano, e tem coisas que você pode implementar rapidamente numa transmissão que vão melhorar o jogo.”
A NHL está confiante da precisão do sistema e de sua instalação para os 1271 jogos da temporada regular e dos playoffs de 2019-20.
Fotos: Reprodução/NHL.com