A esperança cessa em Boston e reacende em San Jose
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Nessa terça, dois jogos definiram o destino de quatro equipes: Bruins, Leafs, Sharks e Vegas. Quem passaria para o round 2 dos playoffs da NHL?
Bruins e Leafs vinham de jogos super disputados, nos quais ambas as equipes deram tudo de si em luta pelo objetivo maior: a classificação para a segunda fase dos playoffs.
Na franquia Sharks e Vegas, tínhamos Vegas como favorita, por conta dos deslizes do Sharks. Isso facilitou o caminho do time vice-campeão da última cup.
Maple Leafs 1, Bruins 5
O Leafs lutou, lutou, mas não foi suficiente. O Bruins veio com força máxima em TD Garden, onde estava mais do que confortável para cravar a vitória e garantir vaga para o segundo round dos playoffs. Essa vitória não veio somente por causa de uma atuação insegura do goleiro do Leafs, Frederik Andersen. Foi um conjunto de fatores. Por não conseguirem um resultado bom nos power plays e por um “sumiço” da força ofensiva de Marner e Tavares, entre outros.
No primeiro período, o Leafs até teve algumas chances, todas interrompidas por Tuukka Rask, que estava em uma noite feliz. Então, aos 14:29, veio o primeiro gol do Bruins, feito por Joakim Nordstrom, com assists de Matt Grzelcyk e Sean Kuraly. O segundo gol foi aos 17:46, feito por Marcus Johansson, com um wrist shot sem assist. E o primeiro período terminou assim: 2 a 0 para o Bruins.
O segundo período começou e nele vimos um Leafs um pouco mais reativo. Em uma disputa de puck, Tyler Ennis fez um passe para John Tavares que marcou um belo wrist shot para o gol. O placar ficou 2 a 1. Enfim, um pouco de esperança para o time canadense, que conseguiu boas chances. O jogo parecia ainda estar aberto, com o Leafs tendo mais shots que o Bruins: 26 a 19.
No terceiro período, logo no começo, aos 02:40, Sean Kuraly destruiu o sonho dos torcedores do Leafs. Fez um gol com assists de Noel Acciari e Joakim Nordstrom. Tavares teve outra boa chance, porém foi parado por Tuukka. O goleiro decidiu naquela noite que nada entraria em suas redes: ele fez 32 saves em todo o jogo! A partir desse terceiro gol, a força ofensiva do Leafs enfraqueceu de vez. No final do jogo vieram mais dois gols de empty net feitos por Charlie Coyle e Patrice Bergeron.
Boston Bruins avança e novamente acaba com os sonhos do Toronto Maple Leafs de seguir para o round 2 dos playoffs.
Vegas 4, Sharks 5 (OT)
Em um jogo cheio de emoções, e vencido no overtime, o Sharks avançou para a segunda fase dos playoffs. Mesmo em um jogo no qual tudo parecia estar perdido para eles. O jogo foi em SAP Center, na Califórnia, e foi memorável para os torcedores, jogadores e técnicos. Para todos, menos para os jogadores e fãs do Vegas, pois, para alguns, o lance que originou a virada do Sharks é no mínimo “polêmico”.
O primeiro período foi disputado e ambas as esquipes conseguiram manter o equilíbrio. A primeira chance foi do Vegas, aos 18:26. Porém, foi parada por Martin Jones, o goleiro que até duas partidas atrás era desacreditado por todos. Depois, faltando 18:19 minutos, era hora do Sharks atacar, e Marc-Andre Fleury fez grande defesa. A receita para o sucesso do Vegas se deveu principalmente ao seu grande poder ofensivo e a seu admirável goleiro canadense. O Sharks praticamente não conseguiu abrir o placar por conta dele. Sharks teve alguns power plays que foram executados de forma falha, com passes errados ou parados por Fleury.
Por outro lado, a defesa frágil do Sharks deixou o Vegas marcar o primeiro gol aos 10:10 do primeiro período. O gol foi de William Karlsson, com assists de Jonathan Marchessault e Reilly Smith, em um erro de marcação de Erik Karlsson. Depois, Meier teve outra ótima chance, mais uma vez interrompida por Fleury.
No segundo período, em um gol que pode ser considerado como falha de Jones, Cody Eakin marcou o segundo. Foi revisado pelo juiz por ter sido supostamente originado de um high stick. O juiz entendeu que não, e o gol foi validado. Depois de excelentes defesas de Jones e de Fleury, Max Pacioretty marcou o terceiro gol do time visitante aos 03:36.
A essa altura, o jogo já parecia estar decidido, faltavam 10 minutos para o tempo acabar. Empatar parecia ser impossível! Porém, o autor do segundo gol, Cody Eakin, cometeu um cross checking, um major penalty, em cima de Joe Pavelski. O jogador do Sharks ficou caído no chão sangrando devido ao impacto com o stick.
Isso cedeu um power play de 5 minutos e, exatamente nesses 5 minutos, vieram os quatro gols da virada do Sharks. A polêmica se originou daí. Muitos consideraram o lance inofensivo e isso aparentemente prejudicou o Vegas, que cedeu quatro gols em quatro minutos.
Cody Eakin foi expulso aos 9:13 e, aos 9:20, Logan Couture marcou o primeiro gol. Com um belo wrist shot, despertou os torcedores, revivendo as esperanças de classificação. Tomas Hertl fez o segundo gol, aos 10:13, em uma tip in. Logan Couture novamente fez um gol de slap shot, aos 12:53, e Kevin Labanc, aos 13:21, terminou a virada com um wrist shot. Labanc, Hertl e Meier foram os jogadores de maior destaque na partida, pois buscavam a todo momento uma reação agressiva contra o Vegas. Labanc participou de todos os gols do power play.
Porém, o jogo ainda não estava decidido, já que Vegas não é um time tranquilo e que desiste fácil. Eles procuraram o empate para levar ao overtime e conseguiram. Faltando 47 segundos para acabar o jogo, Jonathan Marchessault marcou o quarto gol do Vegas e garantiu o empate.
No overtime, com ambas as equipes cansadas, os goleiros mais do que nunca foram fundamentais, junto com jogadores da defesa. Cada boa oportunidade que Vegas tinha, Jones agia. O mesmo do outro lado, com Fleury parando tudo que chegava até ele.
Faltando apenas um minuto para acabar o primeiro OT, Erik Karlsson, que não vinha fazendo uma boa partida defensiva, conseguiu roubar o puck. Passou direto para Barclay Goodrow, que driblou o defensor do Vegas, Brayden McNabb, passando pelo goleiro Marc-Andre Fleury. Enfim, marcou o gol da classificação.
Com isso, San Jose Sharks encerrou a série do Vegas Golden Knights, que até então era o favorito. O Sharks mostrou a perseverança de um time que soube usar as condições ruins a seu favor, honrando seu colega de equipe que saiu machucado.
Foto: Reprodução/NHL.com