Cinco momentos inesquecíveis na história da Stanley Cup Final
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É senso comum para todo o fã e jogador de hockey que, em playoffs da NHL, vale tudo. Os times mudam, os jogadores também. É, basicamente, uma nova equipe. Porém, se passamos a falar de Stanley Cup Finals, a competição atinge um outro nível. As coisas ficam intensas entre os dois times que precisam disputar arduamente pela taça em sete jogos. Junto de tanta competição, vem também os melhores momentos e jogos que o torcedor espera ver durante toda a regular season. Por isso, o NHeLas resolveu trazer os cinco momentos mais inesquecíveis na história das finais da Stanley Cup.
Stanley Cup Final 1928, Jogo 2 – New York Rangers vs Montreal Maroons
Sendo sua primeira aparição na história das Finais da Stanley Cup, a última coisa que os Rangers pretendiam era desapontar seus fãs. O time havia perdido o primeiro jogo da série para os Maroons. Porém, apesar dos imprevistos, a equipe de New York fez o possível e impossível para ficar à frente no placar no jogo 2. Inclusive, escalar o próprio técnico para defender suas redes.
O goleiro regular dos Rangers, Lorne Chabot, acabou sofrendo uma concussão em seu olho. Esta durante um lance, ainda no segundo período do jogo. Apesar de terem dois goleiros reservas para assumir o papel, os Maroons se negaram a aceitar que qualquer um destes assumisse a posição. Portanto, sem maiores alternativas, o técnico da equipe, Lester Patrick, tomou a responsabilidade (e as luvas) e assumiu a goleira do time. Atuou pelo restante dos últimos períodos. Com seus incansáveis esforços, e palavras de incentivo, o time conseguiu uma vitória de 2 a 1, em OT, no time do Canadá. Seguidamente, o time de New York acabou levando a taça. Esta foi a segunda a ser levantada por um time estadunidense. A primeira havia sido pelo Seattle Metropolitans, em 1917.
Chabot acabou se tornando um dos jogadores mais velhos a disputar uma Stanley Cup Final, com 44 anos de idade. No entanto, mais tarde, perderia o posto para Chris Chelios, em 2008, que tinha 46 anos.
Red Wings entregam a taça para Vladimir Konstantinov, 1998
Esta talvez seja uma das histórias mais emocionantes que poderiam acontecer em uma Stanley Cup Final. Em 1997, após eliminarem o Philadelphia Flyers em quatro jogos, o Detroit Red Wings levantou sua oitava taça. Porém, aqueles que deveriam ser dias de pura comemoração, acabaram se tornando em tragédia.
O defensor do time, Vladimir Konstantinov, se envolveu em um acidente gravissímo, que resultou no final trágico de sua carreira. O carro em que o jogador estava acabou colidindo, causando a este lesões severas no cérebro. Por conseqüência, passou o restante de sua vida em uma cadeira de rodas.
Na temporada de 1998, os jogadores do Red Wings dedicaram a maior parte dos jogos ao seu teammate. No entanto, mais ainda, eles fizeram da tragédia uma motivação para chegar às finais e ganhar a segunda taça seguida por Konstantinov. E conseguiram.
O time de Detroit venceu o Washington Capitals em quatro jogos. Sendo este último na casa dos Capitals, levantando a Lord Stanley pela nona vez. Porém, sabendo que Vladimir estava na arena, os jogadores dos Red Wings chamaram o defensor ao rinque para levantar a taça junto dele. Isso por que, apesar dos pesares, ele merecia a vitória tanto quando a atual equipe de Detroit.
Não havia um olho sem lágrimas enquanto o russo levantava a taça. Mais uma prova de que o hockey é muito mais do que um simples esporte.
Bob Baun marca o gol da vitória com perna quebrada, em 1964
Baun não era conhecido por ser o goleador do Toronto Maple Leafs. Porém, foi com sua ajuda que a equipe conquistou seu 12º campeonato na NHL. Tal defensor marcou um dos gols mais memoráveis da história da Stanley Cup, no jogo 6.
Depois de uma grave entrada, Bob precisou ser retirado do rinque em uma maca, devido a situação da lesão. O resultado da colisão foi uma perna quebrada para o jogador e, aparentemente, o fim da temporada para este.
No entanto, por algum motivo, Baun acabou voltando para o jogo, quando este já estava em overtime. Em uma jogada incrível, e com muito esforço, o camisa 21 dos Leafs acabou marcando o gol da vitória do time. Assim, o Toronto insistiu com um jogo 7 e ganhou mais uma chance de ganhar a taça. O que acabou por acontecer, já que os Maple Leafs acabaram derrotando o Detroit Red Wings no jogo 7. Desta forma, o time levantou a sua décima segunda Stanley Cup.
Bob marcou apenas 37 gols em 964 jogos em sua carreira na NHL. No entanto, foi esse famoso gol, e sua insistência durante o jogo, disputando com uma lesão, que fizeram com que ele tivesse para sempre seu nome marcado na história do hockey.
O primeiro campeonato do Dallas Stars, em 1999
O Dallas demorou algum tempo para se estabelecer como um dos melhores times da NHL. Porém, anos como o de 1999, mostram o quanto essas palavras não poderiam ser mais verdadeiras.
Aquela seria a terceira aparição do Dallas em uma Stanley Cup Final. O time, que tinha como adversário o Buffalo Sabres, apareceu somente em duas. Apesar de o Dallas ter feito uma ótima campanha até as finais, o fato que ficou marcado na história do jogo final foi o controverso gol do Dallas em OT.
O jogo, no entanto, em si, foi completamente intenso. Ambos os times fizeram cada um apenas um gol. Assim, levando o jogo para aqueles que foram um dos maiores OTs da história de uma Stanley Cup Final. O jogo teve nada mais, nada menos, do que três OTs. Depois de cinco jogos intensos, os dois times estavam jogando os períodos finais da partida completamente esgotados. Nenhum puck passava por nenhum dos dois goleiros. Até que um lance de Brett Hull acabou dando sorte ao Dallas.
Aos 14:51 do terceiro OT, Hull, através de um rebote do goleiro dos Sabres, colocou o puck no fundo da rede. Porém, muitos fãs dos Sabres reclamaram impedimento, já que os skates de Brett estavam à frente da linha, antes mesmo de o puck chegar. No entanto, o gol foi considerado pela arbitragem. Finalmente, após aquilo que foi uma das melhores (e mais cansativas) campanhas já feitas, o Dallas Stars acabou levantando sua primeira taça, na casa do Buffalo Sabres. Apesar das controvérsias, foi um gol memorável para uma temporada mais memorável ainda.
Desta forma, o jogo entra para a história como a partida de maior duração em um jogo decisivo de Stanley Cup Final, e o segundo maior entre todos os jogos da final.
A temporada histórica do St. Louis Blues em 2019 e seu amuleto da sorte, Laila Anderson
Sendo fã ou não do time, é necessário reconhecer que o St. Louis percorreu um vasto caminho até a chegar à final da Stanley Cup. Do último lugar na temporada regular à conquista de seu primeiro campeonato. O time, certamente, é um exemplo de superação. Outro exemplo de superação é Laila Anderson.
Laila é, com toda certeza, uma das maiores torcedoras do St. Louis Blues. Com apenas 11 anos, a garotinha já enfrentou mais batalhas que podemos imaginar. Ela possui HLH, uma doença rara e não imune. Vivendo entre sua casa e corredores de hospital, Laila encontrou no St. Louis um motivo a mais para continuar lutando. Mesmo quando os Blues estavam fazendo sua pior campanha na temporada, esta continuou torcendo fielmente pelo time, e acreditando em seu potencial para trazer sua primeira Stanley Cup para casa.
A menina acabou se tornando o amuleto da sorte do time, e acompanhou grande parte dos jogos do time na final dentro das arenas. E os Blues acabaram levando seu primeiro campeonato, sobre o Boston Bruins. Assim como os demais jogadores, Laila também foi chamada ao rinque, para levantar a taça que era tão dela quanto deles. O time inteiro admira e reconhece a força de Laila, levando sua jornada e batalhas como inspiração. Eles acabaram a adotando como uma parte do time.
Mais um exemplo sobre como o hockey pode ser bem mais que apenas um esporte na maior parte das vezes.
E vocês, quais são seus momentos preferidos das finais da Stanley Cup? Conta para nós nos comentários!
Foto: Reprodução/washingtonpost.com