Draft Class de 2018: onde estão
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Três anos após a campanha não-oficial do “Tank for McDavid”, o Buffalo Sabres finalmente foi contemplado com a primeira escolha do draft em 2018. Esta foi a terceira vez que a equipe do estado de Nova York recebeu o direito de escolher primeiro, depois de 1970 e 1987. Os demais integrantes do top 3 foram as equipes do Carolina Hurricanes e do Montreal Canadiens.
Ottawa, tal como Colorado no ano anterior, caiu para a quarta posição ainda que tenha tido uma temporada tenebrosa em 2016/2017. Você tem curiosidade em saber da onde o fulaninho de classe de 2018 brotou? Então vem com a gente saber mais sobre esse draft.
RASMUS DAHLIN, D, BUFFALO SABRES (#1 overall)
O sueco chegou ao draft como a escolha óbvia para a first pick. Dahlin, além de ter sido ranqueado como o melhor prospect europeu, teve a oportunidade de participar dos jogos olímpicos de inverno de 2018. O defensor foi o atleta mais jovem na modalidade naquela edição da competição. Uma das principais razões pelo sueco ter se destacado foi seu jogo ofensivo, que complementa as suas habilidades defensivas. Com comparações a Erik Karlsson e Victor Hedman, ficava claro que a equipe que draftasse Dahlin teria uma peça chave para sua franquia durante muito tempo.
Após a seleção de Buffalo, o defensor se tornou o primeiro sueco a ser a first pick desde que o Toronto Maple Leafs draftou Mats Sundin em 1989. Embora sua estreia tenha sido com uma derrota de 4-0, Dahlin se tornou o quinto defensor na história da NHL a marcar 30 pontos em uma temporada. Com 44 pontos depois de seu ano de estreia, o sueco foi um dos finalistas do Calder Memorial Trophy, mas perdeu para o compatriota Elias Petterson. Dahlin ainda está no início de sua trajetória na Liga, mas ao assistirmos suas atuações já fica claro o porquê do sueco ser um dos pilares do rebuild dos Sabres, ao lado de Jack Eichel.
ANDREI SVECHNIKOV, RW, CAROLINA HURRICANES (#2 overall)
O winger foi para a América do Norte após seu irmão, Evgeny, ter sido draftado pelo Detroit Red Wings. Depois de um ano na United State Hockey League (USHL), o russo foi escolhido pelo Barrie Colts no import draft da Canadian Hockey League (CHL). O bom desempenho de Svechnikov na Ontario Hockey League (OHL) fez com que ele fosse ranqueado em primeiro dentre os patinadores do continente norte-americano. Após ter sido selecionado por Carolina no draft, o russo assinou seu contrato profissional com a equipe.
O efeito Svechnikov se espalhou pela torcida dos Canes durante a temporada de estreia do russo. Além de ter tido uma campanha respeitável enquanto rookie, ele foi uma das faces do movimento de renovação na equipe de Carolina. Na primeira aparição do time na pós-temporada em XX anos, Svechnikov marcou cinco pontos em nove partidas. Logo no início da temporada seguinte o russo se tornou o primeiro a marcar um Michigan (colocar link do vídeo) na NHL, feito que o winger conseguiu repetir alguns meses depois (colocar link também). Atualmente Svechnikov é um dos principais jogadores dos Canes, e tem tudo para se tornar um grande nome na Liga.
JESPERI KOTKANIEMI, C, MONTREAL CANADIENS (#3 overall)
Quando Marc Bergevin falou o nome do finlandês, uma das câmeras localizadas na arena focou em um casal de torcedores de Montreal. O choque e irritação na face da torcedora são claros no vídeo, afinal todos os rankings mostravam Filip Zadina como a próxima escolha óbvia. Entretanto, Kotkaniemi foi quem os Habs escolheram para completar o top 3 daquele ano. Ao estrear contra o Toronto Maple Leafs em 2018, o finlandês se tornou a primeira pessoa nascida em 2000 a disputar uma partida pelas quatro grande ligas (NFL, NBA, MLB e, é claro, NHL).
Embora o center tenha tido uma primeira temporada razoável, a pressão de uma torcida grande e apaixonada como a dos Habs fez com que os torcedores se frustrassem com ele. Por não ter se desenvolvido com a rapidez esperada, o finlandês terminou a temporada na American Hockey League (AHL). Atualmente, devido à pandemia do COVID-19, ele encontra-se emprestado ao HC Ässät até o início do training camp da nova temporada. Kotkaniemi soma 42 pontos em 115 jogos.
BRADY TKACHUK, LW, OTTAWA SENATORS (#4 overall)
No caso de Tkachuk, o hockey e a NHL correm por suas veias. Filho de Keith Tkachuk e irmão de Matthew Tkachuk, o winger escolheu diferente do irmão. Depois do United States National Development Team Program (USNDTP), ele optou por seguir carreira universitária na National College Athletic Association (NCAA), jogando pela Boston University. O americano terminou o seu ano de elegibilidade no time dos rookies de sua conferência e no segundo lugar do ranking de patinadores da América do Norte.Ao assinar seu contrato com os Sens, Tkachuk abriu mão da carreira universitária. Quando marcou seu primeiro gol, o americano se tornou o integrante de sua família a fazer um gol mais rápido na NHL.
Mesmo com lesões e jogando apenas 71 partidas, o winger fez 45 pontos em seu primeiro ano e foi escolhido para o All Star Game. Além disso, seus 22 gols foram o segundo maior número por um rookie, atrás apenas do vencedor do Calder daquele ano, Elias Pettersson. A personalidade e o jogo explosivo de Tkachuk fizeram com que ele se tornasse um ponto de alegria e positividade para a torcida dos Sens, equipe que vive uma crise há um bom tempo. O americano é tão importante para o time da capital canadense que há rumores de que ele pode se tornar o capitão da equipe em breve.
QUINN HUGHES, D, VANCOUVER CANUCKS (#7 overall)
O sobrenome Hughes já é conhecido pelas torcidas da NHL. O jovem defensor americano foi draftado da NCAA, onde jogava na Universidade de Michigan. Antes disso, ele fazia parte do USNTDP juntamente com Brady Tkachuk. Hughes chamou a atenção dos olheiros por sua técnica de patinação e habilidades ofensivas, que fizeram com que o Vancouver Canucks usasse sua escolha do primeiro round para selecioná-lo. Afinal, o defensor havia quebrado vários recordes e conseguido números impressionantes na sua temporada de estreia com Michigan.
Após o draft, Hughes retornou à universidade para seu segundo ano, e seus números foram ainda mais impactantes. Com cinco gols e 28 assistências em 32 partidas, o americano foi o maior pontuador de sua equipe e conquistou uma indicação ao Hobey Baker, prêmio para o melhor jogador da NCAA durante a temporada. Com a conclusão do calendário de jogos dos Wolverines, Hughes deixou a NCAA e assinou seu contrato profissional com os Canucks. Embora ele tenha estreado na NHL em março de 2019, seu rookie year se iniciou apenas na temporada 2019/2020, devido às regras do contrato de novato. O americano quebrou diversos recordes na franquia dos Canucks e terminou a temporada liderando sua classe de novatos em pontos (53 em 68 partidas), a terceira vez em que um defensor conseguiu este feito. Além disso, Hughes foi votado para participar do All Star Game e no final da temporada foi finalista do Calder Trophy. Ao que tudo indica o jovem defensor americano tem tudo para escrever seu nome dentre os grandes da NHL.
Menções honrosas:
Barrett Hayton (C, Arizona Coyotes, #5 overall): o center canadense veio do Sault St. Marie Greyhounds e se tornou parte permanente do elenco dos Yotes em 2019/2020. Atualmente está emprestado ao Ilves, da liga finlandesa, até o início do training camp.
Filip Zadina (RW, Detroi Red Wings, #6 overall): embora o tcheco tenha sido um prospect muito cotado, ele ainda não conquistou seu lugar no time principal de Detroit. Como a equipe está no meio de uma reconstrução é possível que ele se desenvolva com mais calma.
Adam Boqvist (D, Chicago Blackhawks, #8 overall): o defensor sueco é parte importante no rebuild do Chicago Blackhawks, e foi draftado do London Knights da OHL, superpotência do major juniors.
Evan Bouchard (D, Edmonton Oilers, #10 overall): o jovem defensor é uma das esperanças para a blue line do Edmonton Oilers. Em sua foto do draft, Bouchard parece um pai de família que não sabe o que é dormir há anos, desde que o filho nasceu.
K’Andre Miller (D, New York Rangers, #22 overall); principal prospect da defesa do New York Rangers, Miller optou pela carreira universitária da NCAA, jogando na universidade de Wisconsin por duas temporadas. Em março deste ano ele assinou seu contrato profissional com os Rangers.