Divisão Pacífico: Previsão temporada 2019/2020
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Esse é o terceiro texto da nossa série de previsões para a temporada de 2019/2020. Não deixe de ler sobre a Divisão Metropolitana e Central.
A divisão do Pacífico está sofrendo uma mudança em sua configuração em relação aos últimos anos. Isto porque as últimas equipes a conquistar a Stanley Cup (Los Angeles, Anaheim e Edmonton) devem acabar na parte de baixo da tabela de classificação. Para os Oilers, não se trata de novidade, já que a equipe canadense teve dificuldade para emplacar boas campanhas neste século. Quanto aos californianos, Kings e Ducks estão passando por um processo de reconstrução, já que a idade chegou para seus elencos vitoriosos.
No outro pólo temos os Canucks e Coyotes, que devem competir por uma vaga nos playoffs e que já têm suas estrelas do futuro. O San Jose Sharks se encontra no meio do caminho, com um elenco experiente, porém ainda competitivo, mas que nunca ergueu a copa prateada. Com estrelas mais jovens, mas por sua vez mais preparadas, o Calgary Flames é um candidato forte ao título da divisão.
Por fim, o bebê da liga, Vegas Golden Knights. A equipe de Nevada é um exemplo de sucesso enquanto franquia de expansão, e ainda é favorita para ter uma campanha longa na pós temporada. Com isso em mente, vamos discutir os destaques de cada um dos integrantes da divisão pacífica.
ANAHEIM DUCKS
A equipe californiana perdeu um integrante importante da história da franquia, já que Corey Perry agora é jogador do Dallas Stars. Entretanto, peças jovens e promissoras estão dando continuidade ao processo de remontada do clube. A necessidade de sangue novo também vem dos problemas de saúde de veteranos importantes como Ryan Kesler e Patrick Eaves. Ambos estão fora da temporada com a possibilidade de não atuarem mais no hockey profissional.
O center Sam Steel estará em sua segunda temporada como profissional e será peça fundamental no rejuvenecimento do lineup dos Ducks. Além dele, os veteranos Getzlaf e Henrique ainda devem contribuir enquanto centrais. Nas wings temos nomes como Rickard Rakell, Jakob Silfvberg e Troy Terry, que devem contribuir para o ataque da equipe.
Além disso, prospects como Maxime Comtois devem receber chances durante a temporada. A defesa, por sua vez, perdeu Brandon Montour, trocado para o Buffalo Sabres. No entanto, conta com Cam Fowler, Hampus Lindholm e Josh Manson com bons contratos. No gol, Anaheim tem um dos nomes cotados para competir pelo Vezina, John Gibson, além do experiente Ryan Miller.
Os Ducks também têm uma novidade no banco de reservas: o técnico Dallas Eakins. Ele foi promovido do San Diego Seagulls, afiliado da AHL (American Hockey League), no final da temporada. Após a demissão do técnico Randy Carlisle em fevereiro, o GM Bob Murray foi seu substituto de forma interina até a off-season. A missão de Eakins é levar os Ducks de volta aos playoffs, já que na última pós temporada a equipe ficou de fora pela primeira vez desde 2012.
ARIZONA COYOTES
Os Yotes tiveram uma off-season movimentada, já que adquiriram Phil Kessel dos Penguins. O winger pode ser o diferencial que faltava na corrida por uma vaga na pós-temporada. Ano passado, a equipe do Arizona terminou a poucos pontos do Colorado Avalanche, último a conseguir uma vaga de wildcard.
Outro jogador que poderá ter um grande impacto no time é Nick Schmaltz, adquirido junto ao Chicago Blackhawks e que teve seu contrato renovado até 2025/2026. O center teve uma lesão no joelho em dezembro que o tirou do resto da temporada, mas tem potencial para ser o central da primeira linha dos Coyotes este ano.
Além disso, Clayton Keller também renovou com a equipe até 2025/2026, antes de chegar ao status de restricted free agent. O ataque de Arizona ainda conta com nomes como Derek Stepan, Michael Grabner, Christian Dvorak e Brad Richardson.
Já na defesa, o capitão Oliver Ekman-Larsson é o principal nome, juntamente com o multicampeão Niklas Hjalmarsson e o jovem Jakob Chychrun. Este último precisa mostrar a que veio, já que teve os primeiros anos de sua carreira profissional atrapalhados por lesões. No gol, os Coyotes contam com a dupla Antti Raanta e Darcy Kuemper. A temporada da equipe também depende muito da atuação e, principalmente, saúde de ambos.
CALGARY FLAMES
A equipe canadense deixou a desejar na última pós-temporada, perdendo para o Colorado Avalanche em cinco partidas. Entretanto, o GM Brad Treliving conseguiu assinar um contrato “razoável” com uma de suas estrelas, o winger Matthew Tkachuk, que era RFA. Ganhando $7 milhões, o americano é o jogador mais bem pago do elenco, recaindo sobre ele uma grande responsabilidade.
Além disso, nomes como Elias Lindholm, Mikael Backlund e o superstar Johnny Gaudreau, além do competente center Sean Monahan, fazem dos Flames um dos favoritos para conquistar a sua divisão. Outrossim, o bottom six dos Flames deverá ser composto por alguns dos prospects como, por exemplo, Derek Ryan, Dillon Dube, Andrew Mangiapane e Austin Czarnik. A surpresa do training camp foi Tobias Reider, ex-Oilers, que impressionou o clube e assinou contrato de um ano.
O capitão Giordano vem da melhor temporada de sua carreira e forma defesa juntamente com jovens como Noah Hanifin, Ramus Andersson e Oliver Kylington. No gol David Rittich é tido como o titular, mas a equipe trouxe Cam Talbot para compor a dupla de arqueiros e pressionar o tcheco.
Além disso, o Calgary Flames e seu arquirrival, o Edmonton Oilers, fizeram parte de uma troca no mínimo curiosa. Milan Lucic e seu contrato monstruoso foram para os Flames (e talvez seu afiliado na AHL), enquanto James Neal foi mandado para Edmonton após uma temporada decepcionante em Calgary.
EDMONTON OILERS
Durante muito tempo, os erros em Edmonton foram creditados a um nome: Peter Chiarelli. Agora, com Ken Holland à frente, os Oilers precisam se reestabelecer como uma equipe forte o bastante para os playoffs. Para isto, têm em David Tippet um novo técnico. Além disso, Connor McDavid está no segundo ano de seu contrato multimilionário e no auge de sua forma física. Entretanto, a equipe não pode depender apenas dele e de Leon Draisaitl, cujo contrato de 8 milhões parece uma barganha agora que o jogador teve uma temporada de 50 gols.
Com Ryan Nugent-Hopkins em seu último ano antes da free agency, a hora dos Oilers investirem em pontuadores secundários é agora. Após o drama envolvendo Jesse Puljujarvi, a equipe de Edmonton espera que James Neal consiga produzir em um novo sistema ao lado de dois dos melhores jogadores da NHL. Além disso, a equipe deve aproveitar os waivers deste início de temporada para conseguir peças para composição de seu elenco sem precisar se desfazer de picks ou prospects.
Na defesa, nomes como Darnell Nurse, Adam Larsson e Oskar Klefblom serão essenciais, com prospects como Caleb Jones, Ethan Bear e Evan Bouchard correndo para conseguirem uma vaga na equipe. Já no gol, outra troca, ainda que não direta, com os Flames. Enquanto Talbot será um Flame, Mike Smith deverá disputar a vaga da posição com Mikko Koskinen.
A temporada tem tudo para ser um divisor de águas na era McDavid, que já se fez transparecer bastante frustrado com a falta de competitividade de sua equipe. Será que ele pedirá para ser trocado caso o time tenha outra temporada decepcionante? Além disso, precisamos de estrelas como McDavid nos playoffs para o bem da NHL, afinal se trata do melhor jogador da atualidade.
LOS ANGELES KINGS
Quando se ganha duas Stanley Cups em três anos, a torcida tende a ser mais permissiva com um elenco envelhecido. No caso dos Kings, que ganharam seu segundo troféu há cinco anos, a paciência já está diminuindo. Com os principais nomes das campanhas vitoriosas já na segunda metade de suas carreiras, o rebuild de LA é mais discreto do que das demais equipes da liga.
Veteranos como Anze Kopitar, Jeff Carter, Ilya Kovalchuk, Dustin Brown e Tyler Toffoli ainda têm gasolina em seus tanques. Entretanto, o bottom six deverá ter algum nome novo, como Jaret Anderson-Dolan, Rasmus Kupari ou Gabriel Vilardi. A escolha de primeiro round deste ano, Alex Turcotte, irá jogar hockey universitário pela Universidade de Wisconsin, mas pode ser um elemento surpresa interessante quando sua temporada acabar.
Além dos prospects, jogadores secundários como Alex Iafallo e Adrian Kempe também precisarão produzir mais. A defesa, liderada por Drew Doughty, também conta com Alec Martinez, cujo nome é frequentemente especulado em trocas, além de Ben Hutton e Joakin Ryan. A equipe californiana fez o buyout do contrato do veterano Dion Phaneuf, que não atuará mais por Los Angeles. Por fim, se os Kings têm qualquer esperança de se classificarem para um lugar na pós-temporada, dependerão de um goleiro saudável e jogando bem.
SAN JOSE SHARKS
Um dos favoritos para liderar a divisão, San Jose vai tentar (mais uma vez) conquistar a Stanley Cup pela primeira vez. A equipe californiana vai ser liderada por seu novo capitão, o experiente Logan Couture, que ganhou o C após a saída de Joe Pavelski, agora jogador do Dallas Stars. Assim como os Kings, muitas das estrelas dos Sharks já entraram na segunda metade de suas carreiras, como Brent Burns, Erik Karlsson e Marc-Édouard Vlasic. Joe Thorton, um caso à parte, já está na terceira reencarnação da sua.
A diferença entre as duas equipes da Califórnia é simples: os Kings ganharam nas duas finais das quais participaram. Entretanto, com Couture, Evander Kane, Timo Meier e Tomas Hertl formando o coração ofensivo da equipe por mais vários anos, a janela de vitória de San Jose permanece aberta.
Além disso, a equipe conta com dois dos defensores mais dinâmicos da NHL, em Burns e Karlsson. Porém, a maior incógnita dos Sharks está no gol, devido às atuações inconstantes do titular Martin Jones, cujo reserva Aaron Dell também não passa muita confiança. Talvez os Sharks consigam conquistar o primeiro campeonato da franquia com todas as peças clicando ao mesmo tempo (e quem sabe com mais uma ajudinha da arbitragem) nesta temporada.
VANCOUVER CANUCKS
Quem gosta de assistir hockey com certeza quer ver os Canucks nos playoffs e a razão é simples: Elias Pettersson. O ganhador do Calder, que impressionou a todos em sua primeira temporada, tem tudo para produzir ainda mais este ano, desde que não se machuque. Com o fim da saga com seu RFA mais importante, a equipe canadense renovou com Brock Boeser por três anos, tempo necessário para Vancouver se livrar dos mais de três milhões anuais em penalidades de recaptura com relação ao contrato de Roberto Luongo.
O grupo de atacantes ainda inclui Bo Horvat, Josh Leivo, Jake Virtanen, Brandon Suter, Tanner Pearson e Loui Eriksson. Além disso, também conta com as adições de nomes como JT Miller e Micheal Ferland. Sven Baertschi, por sua vez, foi posto em waivers às vésperas do início da temporada. Já a defesa agora conta com os free agents Tyler Myers e Jordie Benn, além da temporada de estreia de Quinn Hughes, que é um nome forte para terminar no top3 indicado ao Calder Trophy.
Por fim, no gol os Canucks contam com Jacob Markstrom, que começou a última temporada em baixa mas terminou em alto nível. Além do sueco, Vancouver tem Thatcher Demko, cujo potencial é ser o arqueiro do futuro do time. Em suma, o time canadense vai competir por vaga nos playoffs, o que complica sua situação é competir com equipes da divisão Central para uma vaga de wildcard.
VEGAS GOLDEN KNIGHTS
A situação da equipe de Nevada é única entre as franquias jovens. Geralmente estas costumam demorar para conseguir campanhas vitoriosas. Com apenas dois anos na NHL, o currículo de Vegas conta com uma derrota em um jogo seis da final da Stanley Cup e uma derrota duvidosa no primeiro round para o San Jose Sharks. Mesmo com o time apelidado de misfits, por se tratarem dos rejeitos das outras equipes, os Golden Knights conseguiram se firmar como um candidato quase que imediatamente.
O top six do time deve jogar junto durante muito tempo, que inclui atacantes como William Karlsson, Mark Stone, Max Pacioretty e Jonathan Marchessault. Além disso, contam com o jovem Alex Tuch e o prospect Cody Glass, escolhido em quinto no Draft de 2017. No mais, peças como Reilly Smith e Paul Statsny também irão contribuir para a equipe.
A defesa dos Golden Knights tem seu alicerce em Nate Schmidt e Shea Theodore, contando ainda com Brayden McNabb e Nick Holden. O prospect Nic Hague é o principal nome novo na defesa, já que Erik Brannstrom foi mandado para Ottawa na troca por Stone. No gol, Marc-André Fleury é a alma do time e elemento fundamental para uma eventual campanha vitoriosa. Ainda que Vegas tenha perdido nomes como Colin Miller, Erik Haula e Pierre-Edouard Bellemare, a equipe ainda é uma das favoritas para conquistar a sua divisão.
Fotos: NHL.com/Reprodução