Danbury Trashers, o time que tinha ligação com a máfia

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Recentemente a Netflix lançou mais um episódio da série de documentários “Untold”. Nomeado como “Crimes e Infrações”, o novo episódio conta a história da criação, ascensão e queda do Danbury Trashers, da United Hockey League (UHL). O time nasceu inesperadamente em 2004 e deu o que falar durante as suas duas temporadas na liga. 

Conhecido pela péssima fama de brigões no gelo, os Trashers duas boas temporadas, até chegando perto de conquistar a Colonial Cup. No entanto, por assuntos externos ao esporte, o time viu seu fim precoce e é lembrado até hoje na cidade de Danbury, em Connecticut, EUA. 

Sinopse 

Imagine que você tem 17 anos de idade, nem terminou o ensino médio ainda e seu pai lhe dá um time de hockey de presente. Parece mentira, mas foi isso que aconteceu com A.J. Galante, o GM do Danbury Trashers. Quando a sua carreira como jogador de hockey terminou abruptamente, A.J. achou que nunca mais se envolveria com o esporte. Isso até seu pai, James Galante, um grande empresário do setor de eliminação de resíduos, decidir mudar o destino. Ao ver seu filho longe do sonho, James decidiu criar o próprio time e dá-lo de presente para A.J. gerenciar. 

A partir de então, a família Galante, que já era referência na cidade devido à frota de caminhões e estilo extravagante, também seria conhecida por ser dona de um time. Entretanto, esse não era o único motivo pelo qual as pessoas conheciam James Galante. O empresário, que já tinha sido preso anteriormente, tinha envolvimento com a máfia e vinha sendo investigado pelo FBI. 

Enquanto as autoridades norte-americanas tinham um grande esquema de investigação, James e A.J. iniciavam a criação de seu time com tudo que tinham direito. Desde o nome, até o estilo da equipe, A.J. só tinha um objetivo: fazer o Danbury Trashers receber a fama de os bad boys do hockey. Para isso ele precisava de algumas coisas, entre elas, jogadores que não tivessem nenhum escrúpulo quanto a brigarem no gelo e aceitarem propinas. Assim teve início a trajetória de brigas, suspensões e vitórias da equipe, que durou somente duas temporadas.

Pontos fortes

  • O documentário apresenta bem todos os lados da história, tanto do time, quanto da própria UHL e das autoridades norte-americanas;
  • Apesar da pouca idade, A.J. Galante mostrava dedicação tanto em aprender a gerenciar um time quanto em desenvolver o time dentro e fora do gelo.
  • Grandes nomes do esporte fizeram parte da história da equipe, como Brent Gretzky, filho de Wayne Gretzky, que foi a primeira contratação dos Trashers.
  • Outro grande nome do hockey que fez parte da breve história foi o jogador Michael Rupp, que jogou no time por uma temporada durante o lock-out da NHL. O center, que já tinha ganhado uma Stanley Cup na época, concedeu uma breve participação no documentário;
  • Apesar da história e do estilo duvidoso, o time trouxe grande notoriedade para o esporte, para a liga e para a cidade de Danbury;
  • O documentário traz não somente entrevistas com todos os envolvidos, como entrevistas com os fãs e imagens reais do que acontecia tanto nos jogos quanto nos bastidores.
A primeira formação do Danbury Trashers (Foto: Reprodução / danburyhattricks.com)

Veredito 

Inicialmente você acha que vai ser só mais um documentário sobre um empresário rico que não mede esforços para continuar rico. Porém, no decorrer do episódio vemos que é muito mais que isso, A.J. realmente se esforçou em fazer o time funcionar. Obviamente pelos caminhos errados e bem deturpados, já que os valores que ele seguia eram os mesmos de seu pai. Assim como os jogadores e o restante da equipe por trás dos Trashers, um ponto que incomoda bastante.

Contudo, o que mais me chamou atenção no documentário foi ver como as pessoas se deixaram levar pelo sucesso e dinheiro. Incluindo o então comissário da UHL, Richard Brosal, que inicialmente não gostava de como o time lidava com as coisas. Porém com o tempo, foi vencido pelo cansaço e se rendeu ao charme dos Galantes. Outro ponto que me chamou muito a atenção foi a torcida fiel de Danbury, eles chegaram como quem não quer nada e nem sabiam o que estavam fazendo ali na arena. Muitos nem entendiam o esporte, o que durou muito pouco já que logo foram conquistados pelo estilo agressivo do time. Posteriormente a torcida acabou com a mesma fama ao adotar o mesmo estilo. 

Confesso, a maneira como o time lidava com tudo me incomodou, mas principalmente a liga ser tão permissiva com tudo. Apesar de terem ocorrido suspensões das mais diversas, desde os jogadores até a equipe técnica do time, a UHL poderia ter tido um pulso mais firme em relação a tudo que acontecia dentro e fora do gelo. Ali vemos uma postura  já conhecida pelo fã do esporte nas mais diversas ligas, onde o dinheiro que manda e nada é penalizado da maneira correta. Por fim, para quem quer saber um pouco mais da história vale muito a pena assistir o episódio que é bem rápido com pouco mais de uma hora de duração. 

Avaliação

Notas calculadas numa escala de 0 a 5.

Hockeynômetro: 5,0

Estrelas: 4,5