A influência direta de um técnico no desempenho de um time é de conhecimento geral. Quando esse desempenho é ruim, a primeira coisa que se pensa é em demitir o técnico. Foi pensando nisso que Ray Shero, o GM do New Jersey Devils, decidiu então encerrar o contrato com John Hynes.
O técnico foi desligado dos Devils na última terça-feira (3), após quatro temporadas. Indo para seu quinto ano com o time de New Jersey, Hynes chegou ao recorde, na temporada regular, de 150 vitórias, 159 derrotas e 45 empates. Se tornou assim, o quinto técnico a comandar um time por mais tempo na história da NHL.
Com a demissão de Hynes no meio da temporada, Alain Nasreddine foi nomeado técnico interino. Nasreddine, que até então atuava como técnico assistente, não tem experiência como técnico principal. Por isso, ele contará com a ajuda dos técnicos assistentes Rick Kowalsky e Mike Grier, além de Roland Melanson como goaltending coach. Shero também promoveu Peter Horachek, que atuava como olheiro do time e agora passará para o cargo de técnico assistente.
A jornada de Hynes com os Devils
A história de Hynes com os Devils começou em 02 de junho de 2015, quando ele foi nomeado técnico. Dessa forma, ele se tornou o técnico mais jovem a assumir a equipe na temporada 2015-16. Com ele, o time conseguiu chegar aos playoffs na temporada 2017-18, o que não acontecia desde a temporada 2011-12. Naquela ocasião, foram vice-campeões. No entanto, nos playoffs de 2017-18 eles perderam de 4-1 no primeiro round para o Tampa Bay Lightning.
A demissão de Hynes não foi surpresa. O New Jersey Devils tem tido um péssimo início de temporada, ficando atrás na tabela apenas do Detroit Red Wings. Dos 27 jogos desta temporada, o time ganhou apenas nove jogos, perdendo em 13 e empatando em quatro.
O curioso é que, no início deste ano, apesar do desempenho nas temporadas anteriores, os Devils haviam anunciado uma extensão de contrato para Hynes. Porém, mesmo trazendo bons jogadores para a equipe, como P. K. Subban, o time não conseguiu alcançar o desempenho esperado. Pelo contrário, nos últimos jogos contra New York Rangers e Buffalo Sabres, o time sofreu um total de 11 gols enquanto marcaram apenas um. Dessa forma, o GM decidiu então que a melhor alternativa era pôr um fim ao contrato de Hynes.
Melhorias no elenco
Os Devils enfrentam uma fase ruim há anos. Contudo, nas três últimas temporadas, o time aparenta ter entrado em um ciclo vicioso de derrotas. Eles conseguiram reunir um bom elenco, mas por algum motivo não têm demonstrado o desempenho esperado. Para essa temporada, o time trouxe P.K. Subban e Nikita Gusev. Além disso, também conta com boas escolhas nos drafts de 2017 e 2019, quando o time conseguiu a primeira pick, selecionando o suíço Nico Hischier e o americano Jack Hughes. Os dois jovens atletas têm mostrado ser uma aquisição importante para o time, entretanto, não são o suficiente para melhorar o saldo de gols da equipe.
Hischier tem se destacado na equipe desde sua temporada de rookie, e neste ano não é diferente. Está se mostrando um jogador completo, atuando tanto ofensivamente quanto defensivamente. Além disso, ele é o terceiro maior pontuador nos Devils, somando 16 pontos em 25 jogos. O jogador de apenas 20 anos sem dúvida é uma peça fundamental para a renovação do New Jersey Devils, que, pelas estatísticas, já está passando da hora de acontecer.
Outro jovem jogador que vai ser importante para essa renovação dos Devils é Jack Hughes. Apesar de ainda parecer um pouco aquém da promessa do draft, o jogador tem sido uma parte importante no ataque, promovendo mais movimentação no gelo. Hughes já marcou 11 pontos nesta temporada. Entretanto, ainda é cedo para termos certeza do desempenho que vai exercer na NHL. Como todo rookie, ele ainda está se adaptando à diferenças no estilo de jogo da NHL, e este processo varia de jogador para jogador. Mesmo assim, talvez ainda seja possível ver Jack Hughes brilhando em 2019-20. Quando precisou perder jogos devido a uma lesão, ficou evidente a diferença que o jogador faz na forma como a equipe se comporta no gelo.
Uma das novas adições também é o veterano P.K. Subban, o defensor. Apesar de considerado um jogador de elite, não tem conseguido mostrar todo o seu potencial no gelo. Entretanto, ele ainda é uma grande promessa para o time. O canadense mantém boa média de pontos desde a temporada 2010-11, primeiro no Montreal Canadiens e posteriormente no Nashville Predators.
Outra nova adição ao time foi o winger Wayne Simmonds. Apesar de seu baixo desempenho na temporada passada com o Philadelphia Flyers e o Nashville Predators, o canadense tem se mantido entre os dez maiores pontuadores do time, com 11 pontos, junto de Hughes e Pavel Zacha. Quem lidera os Devils em pontuação, no entanto, é a estrela do time, Taylor Hall. O capitão alternativo, que tem mantido os fãs no escuro sobre se fica ou não no Devils, lidera com 22 pontos. Apesar de Hall só ter marcado quatro gols nesta temporada, ele tem liderado em assistências, totalizando 18 nos 27 jogos em que participou.
Daqui em diante
Ao que tudo indica os Devils não devem chegar aos playoffs este ano. Isso porque eles precisam ganhar 35 dos 55 jogos que faltam para terminar a temporada. Com a imprevisibilidade da NHL, nada é impossível. Apesar da inexperiência de Nasreddine, talvez ele seja exatamente o que o time precisa para dar a volta por cima e sair do final da tabela.
O primeiro jogo de Alain como técnico foi contra o Vegas Golden Knights, um dos melhores da Liga. Mesmo tendo perdido de 3-4, ainda não era possível ver sua influência no gelo já que tinha sido nomeado poucas horas antes, naquele mesmo dia. Nesta quinta (5), Nasreddine teve o seu primeiro treino como técnico interino com o time fazendo algumas práticas de powerplay. O que resta agora é aguardar as mudanças a serem feitas daqui em diante e os fãs do Devils torcerem para que um milagre aconteça.
Foto: Reprodução/nhl.com
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Boa matéria.
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