Nesta quinta-feira (3), a NHL anunciou iniciativas de combate ao racismo na liga e também para acelerar a inclusão de minorias no hockey.
Essas iniciativas vieram de uma demanda dos próprios jogadores. Na semana passada, eles decidiram não jogar por dois dias em protesto, contestando a brutalidade policial contra negros nos Estados Unidos.
Dessa forma, a NHL e os membros dos clubes, junto com a Associação de Jogadores (NHLPA) comprometeram-se com uma série de outras iniciativas específicas.
As iniciativas em conjunto com a NHLPA
A NHL e a NHLPA trabalharão em conjunto com a Hockey Diversity Alliance (HDA), aliança formada por jogadores e ex-jogadores negros da NHL. Com o propósito de lutar contra o racismo no hockey, essa parceria visa em estabelecer e administrar um programa de desenvolvimento do esporte desde sua base. O intuito é fornecer orientação e desenvolvimento de habilidades para meninos e meninas BIPOC (sigla para black, indigenous and person of color; em português, negros, indígenas e pessoas não-brancas) em Toronto.
A NHL e a NHLPA estão planejando um treinamento obrigatório de inclusão e diversidade para todos os jogadores da liga. Esse treinamento será conduzido durante o training camp e a primeira parte da temporada 2020-21. Os membros da equipe da NHLPA receberão o mesmo treinamento de inclusão e diversidade que os jogadores.
Todos os funcionários da Liga participarão de uma experiência de aprendizagem de inclusão, conduzida por Bill Proudman da White Men as Full Diversity Partners (WMFDP). Sua educação será focada no antirracismo, no preconceito inconsciente, nas dimensões de identidade, sobre microagressões e competência cultural.
A NHL trabalhará com seus parceiros de longa data no Thurgood Marshall College Fund para capacitar a próxima geração de líderes de justiça racial. Por meio de uma parceria com o Center for Justice Research da Texas Southern University, a NHL fornecerá apoio financeiro para as pesquisas da Universidade.
Educar os fãs da NHL também continuará sendo feito, a partir de guias sobre a importância de refletir sobre o racismo e de ser antirracista. Isso também será feito a partir da amplificação das vozes dos jogadores, ex-jogadores e de prospects da Liga.
Ainda, em um nível relacionado às equipes e seus funcionários, a Liga continuará a acolher uma série de “Courageous Conversations”. As “Conversas Corajosas”, em tradução livre, são conversas relacionadas a raça, equidade, diversidade e inclusão. Esta plataforma fornece um lugar no qual as pessoas das equipes podem mergulhar e falar sobre privilégio, do preconceito inconsciente além de abraçar a diferença, assim tornando-se ainda mais um aliado.
Em suma, as Conversas Corajosas são o início do processo de autorreflexão. As conversas estão sendo conduzidas por Kim Davis e Brian Blake, Diretor Sênior de Diversidade e Inclusão da NHL. Por fim, a Liga iniciará um programa semelhante para os treinadores e gerentes gerais.
Quem lidera a mudança
A NHL formou o Conselho de Inclusão Executiva (EIC). O Conselho é co-presidido pela proprietária do Buffalo Sabres coreana americana Kim Pegula e o Comissário da NHL Gary Bettman. Seu empenho será em liderar um pensamento mais inclusivo em todo o ecossistema do hockey. O EIC promoverá a inclusão e a diversidade do esporte, identificando oportunidades para mudanças positivas e desenvolvendo etapas de ação.
PK Subban, junto com Anson Carter, ex-jogadores da NHL e ex-jogadoras das seleções femininas de hockey fazem parte da Players Inclusion Committee (PIC). Além disso, existem ainda mais dois comitês – o Fan Inclusion Committee (FIC) e o Youth Hockey Inclusion Committee (YHIC). Tais comitês desenvolverão soluções orientadas para a ação que impactam positivamente o acesso, oportunidade e experiências que grupos sub-representados têm no jogo – e nos negócios – do hockey.
Por meio do NHL / NHLPA Industry Growth Fund, investimentos financeiros significativos estão sendo feitos para fazer crescer o esporte de hockey nível juvenil em comunidades de cor. Vários clubes já estão acessando o IGF para ajudar a apoiar iniciativas de diversidade no hockey, enquanto outros estão planejando fazê-lo.
A Liga também fornecerá financiamento, conforme necessário, para apoiar novas iniciativas que tragam mais pessoas não-brancas para o esporte. O objetivo é encorajar mais participação em todos os níveis do jogo – incluindo a criação de um canal para o desenvolvimento de jogadores de hockey de elite.
Iniciativas já existentes e que continuarão
O Comitê Consultivo de Hockey Feminino da NHL e da NHLPA – lançado em 2019 – continuará a se concentrar no crescimento do hockey feminino. Portanto, é importante garantir que todas as meninas e mulheres jovens possam experimentar as oportunidades e benefícios que jogar e arbitrar nosso esporte oferece.
Além de avaliar a programação feminina atual, elaborar estratégias de divulgação e hospedar uma sessão educacional para jogadores das seleções canadense e americana sobre racismo, crescimento e inclusão, o comitê fez uma parceria com a NHL Coaches’ Association. O objetivo é aumentar o número de treinadoras participando do Programa de Mentoreamento de Treinadores anual da NHLCA. Dessa forma, espera-se criar mais oportunidades para treinadoras de todos os 32 mercados da NHL.
Por fim, O Comitê está atualmente trabalhando em uma série de artigos que examina a experiência feminina no hockey e destaca modelos em todos os níveis do esporte.
No início de 2020, a NHL conduziu a primeira avaliação independente dos programas de hockey juvenil Hockey Is For Everyone. Embora a Liga esteja necessariamente navegando nas incertezas do cenário do hockey juvenil na atual pandemia, ela continua comprometida em explorar o desenvolvimento de uma coalizão mais ampla de organizações juvenis e amadoras de hockey que apoiam grupos marginalizados e sub-representados.
Para saber mais sobre as iniciativas e ler todas, acesse o site da NHL (em inglês).
Foto: Reprodução/NHL.com