“Virando o Jogo dos Campeões” chega ao Disney+ com um misto de nostalgia e inovação

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Da última vez que Gordon Bombay (Emilio Estevez) comandou um time de hockey, essa redatora que vos fala ainda não tinha um mês de idade. Como o próprio personagem disse, “it was a life time ago.” Porém, o Disney+ chegou para trazer de volta nossos queridos Mighty Ducks e, é claro, o técnico Bombay. O primeiro episódio do novo seriado “Virando o jogo dos Campeões” estreou hoje (26) no serviço de streaming e é claro que não íamos deixar de trazer para vocês as nossas primeiras impressões.  

Muita coisa aconteceu dos anos 1990 para cá. O hockey mudou, o entretenimento mudou, até mesmo a forma de exibir seriados mudou. Mas “Virando o jogo dos Campeões” busca no primeiro filme da trilogia o conceito para a serie: Gordon Bombay mais uma vez odeia hockey por ter “fracassado” no esporte (quem assistiu ao segundo filme sabe que ele tentou a carreira profissional, porém por uma lesão precisou se aposentar antes da hora). Agora, ele é dono de um rinque de patinação que está caindo aos pedaços e precisa de fundos para continuar funcionando. 

Mas, diferentemente da nossa querida trilogia original, a série não trás Bombay como protagonista, e sim Alex (Lauren Graham) e Evan Morrow (Brady Noon). Alex é mãe solteira, faz tudo o que pode e o que não pode para criar Evan, que, aos 12 anos, é cortado do time de hockey Mighty Ducks (sim, o mesmo Mighty Ducks de Bombay, porém agora eles são a estrela do campeonato junior). Alex não aceita essa decisão e propõe ao filho que eles criem um time de hockey para que ele possa jogar. Ou seja, mais uma vez temos um time improvável que busca se encontrar e, possivelmente, surpreender.

Quem são os novos “mighty ducks”?

Sim, colocaremos “mighty ducks” entre aspas uma vez que, a princípio, estes personagens não jogarão com os Ducks da série. É um novo time, nomeado ao final do episódio de “Nem Tente” (ou Don’t Bothers em inglês), composto por crianças que buscam no hockey algum tipo de conforto. É um conjunto desajustado de garotos e garotas pré-adolescentes que buscam acolhimento num grupo e no esporte.

Evan Morrow: O nosso protagonista tem 12 anos, jogou por diversos anos nos Mighty Ducks mas é cortado da equipe por ser baixo demais, lento demais e, possivelmente, por sua mãe, Alex Morrow, não ter o status econômico que o time exige.  

Nick (Maxell Simkins): Nick ama hockey, mas nunca teve jeito para o esporte. Então ele tem um poadcast sobre o esporte, no qual narra as principais competições dos Ducks. Porém, quando Alex propõe a Evan que eles comecem um novo time com o interesse em jogar e não só ganhar, Nick é o primeiro a aceitar o desafio. 

Sam (De’Jon Watts): Sam gosta de desafios e não tem medo de se machucar. Evan o desafia a entrar para o time. 

Koob (Luke Islam): O nosso goleiro é especialista em video game. Nunca deixou um puck passar por ele no jogo online, mas também nunca teve jeito para esportes. Evan e Nick descobrem que ele tem excelente reflexos, habilidade para defesas, e o convidam para ser goleiro dessa nova equipe. 

Logan (Kiefer O’Reiley): O “mini Nylander” (apelido carinhoso que eu dei para ele), acabou de se mudar de Toronto para a mesma rua que Evan e Nick. O garoto chega vestindo uma jersey dos Leafs, com um patins de primeira linha da Bauer e exibindo a postura de um galã infantil. O problema? Ele é péssimo em hockey. 

Lauren Gibby (Bella Higginbotham): Ainda não sabemos muito sobre a Lauren, mas ela é uma das garotas do time que aceita o convite de Evan por ter “uma raiva anterior que precisa de uma saída”.

Maya (Taegen Burns): Também não sabemos muito sobre Maya, seu nome nem sequer aparece no primeiro episódio. Ela era uma das garotas populares da escola, mas decide que entende Evan e aceita participar do time.

Sofi (Swayam Bhatia): Não sabemos ainda como a Sofi deixa os Ducks, mas ela é uma das amigas mais próximas de Evan. Seus pais colocam toda uma expectativa em cima dela e, apesar de amar hockey, a garota não parece tão entusiasmada. Ela começa a sentir o joelho e apenas Evan nota, um dos motivos que o faz convidá-la para  a nova equipe. 

Alguns pontos em que a série se afasta dos filmes

  • Diferentemente de Charlie, protagonista infantil do primeiro filme, Evan Morrow tem uma presença maior no enredo. É responsabilidade dele formar o time e também ser responsável por essa equipe de improváveis. 
  • A série tem um tom mais leve e, ao mesmo tempo, mais comédia do que o filme. Como falei no início do texto, muita coisa mudou dos anos 1990 pra cá. Esse novo tom na produção é fundamental para que, mesmo trabalhando a nostalgia dos fãs de Mighty Ducks, trazer a história para um novo público.  
  • Pelo primeiro episódio, Gordon Bombay ainda não teve um papel central, atuando mais como um conselheiro do que técnico. Porém, sem dúvidas nosso técnico favorito vai, mais uma vez, amolecer por essas crianças que amam tanto o esporte quanto ele, mesmo que ele não admita. Emilio Estevez pode não ser mais o galã dos anos 1990, mas ainda tem uma atuação carismática e intrigante. Confesso que estou muito curiosa em saber se vão revelar o que Bombay fez para chegar onde o personagem está agora, odiando tanto o esporte que uma vez amou. 

O veredito

Seja você um fã dos filmes, do desenho animado ou, como eu está se envolvendo nesse universo agora, “Virando o Jogo dos Campeões” é uma série divertida e deliciosa de assistir. Lembrando, é claro, que é uma série infantil e, por isso, não deve trazer grantes plot twists e revelações. Teremos hockey, muito hockey pelo que é possível ver do primeiro episódio, mas não esperem grandes atuações no gelo. 

“Virando o Jogo dos Campeões” é pelo Disney+ e tem novos episódios às sextas-feiras. A série conta com 10 episódios de cerca de 40 minutos cada. O “sextou” do NHeLas será mais interessante pelos próximos dois meses.

Foto: Reprodução/Disney+