Não é segredo para que ninguém que o Washington Capitals formou um dos melhores elencos da NHL ao longo dos anos. Liderados por Ovechkin, a equipe conseguiu encontrar a química necessária que a permite exibir um dos estilos de jogo mais atrativos da Liga.
Times assim merecem carimbar seu nome na Stanley Cup. Após muito tentar, e chegando perto algumas vezes, o ano de 2018 recompensou os Capitals no melhor estilo possível: trazendo o maior troféu da NHL como presente para o time. O primeiro da franquia desde sua criação, em 1974.
No entanto, a conquista da taça não se deu por acaso: foi a consequência de uma grande temporada executada pelo time. E grandes feitos devem ser eternizados em palavras.
Em mais um texto do especial 10 for 10, inauguramos o ano de 2018 contando a história por trás da conquista da Stanley Cup pelo Washington Capitals.
A pré-temporada dos Capitals
Após uma fresca eliminação dos playoffs da temporada 2016-17, Brian Maclellan, GM do Washington, sabia que era necessário arrumar a casa para garantir êxito na nova season que já batia à porta. Para isso, foi preciso desembolsar alguns dólares com o intuito de manter as principais estrelas do elenco, como Evgeny Kuznetsov e TJ Oshie.
No entanto, para não extrapolar o teto salarial da liga, os Capitals precisaram abrir mão de muitos outros jogadores, algo que acabou gerando muitas críticas por parte da imprensa à Maclellan, questionando se as assinaturas destes contratos teriam sido boas negociações.
O time deixou as críticas para trás e deu início a sua escala de jogos na pré-temporada. Porém, o resultado das partidas não foi o que os Capitals esperavam. Das oito partidas disputadas, o time conseguiu garantir a vitória em somente duas.
Apesar de serem apenas jogos de pré-temporada, os críticos do esporte ainda comentavam se Washington realmente seria capaz de superar o déficit da temporada passada e avançar na competição, ou se o pesadelo de alguns meses atrás se repetiria.
A temporada regular
Apesar das adversidades, a equipe por fim fez sua estreia na temporada 2017-18.
O início não foi nada agradável. Após as vitórias nos dois primeiros jogos, o Washington assistiu seu rendimento decair drasticamente: dos doze jogos disputados naquele mês, seis resultaram em derrotas no tempo regular.
Tendo somado apenas cinco vitórias no primeiro mês da competição, e adquirindo um total de 11 pontos, os Capitals precisaram iniciar o mês de novembro de uma maneira diferente. E um diferente com cara de algo muito melhor.
Dos 14 jogos disputados, o time venceu nove, 7 destes em casa. Assim, a equipe voltou a adquirir mais confiança em seu próprio jogo, enfim mostrando o desempenho que se esperava dos Capitals há bastante tempo. Em dezembro, o time apenas confirmou que o seu sucesso veio para ficar, vencendo 10 das 14 partidas disputadas no mês, somando um total de 51 pontos que os manteve no topo da tabela.
Novo ano, ainda mais êxito para o time de Washington. Em janeiro de 2018, a equipe conquistou seis vitórias em 10 jogos, e apenas duas derrotas em overtime. Estas que ainda resultaram em um ponto cada para a equipe.
Porém em fevereiro, o time se deparou com mais uma pedra no caminho. Apesar do número de derrotas em tempo regulamentar (6) não ter ultrapassado o número de derrotas na tabela (6), a equipe viu seu desempenho cair outra vez. As derrotas, que resultaram em grandes placares para seus oponentes, registraram o maior percentual de gols sofridos que o Washington teve durante a temporada 2017-18.
No entanto, ainda sim conseguiram registrar um total 14 pontos, mantendo-se na zona de classificação para os playoffs.
Em março, a tempestade que parecia tomar conta da equipe chega ao fim, e as boas atuações retornam. Foram 10 vitórias conquistadas em 14 jogos, grandes atuações por parte dos goleiros Holtby e Grubauer. O ótimo desempenho resultou em dois shutouts para Grubauer, enquanto Holtby registrou 1.
Com a entrada do mês de abril, o Washington por fim finalizou a temporada regular 2017-18. Adquirindo 105 pontos na tabela, o time venceu a Divisão Metropolitana pela terceira vez consecutiva e ocupou a sexta posição no overall da Liga.
Portanto, com a passagem do time já garantida para a pós-temporada, agora restava apenas acompanhar o seu desfecho na competição.
Destino: os playoffs
O primeiro desafio dos Capitals nos playoffs foi o confronto contra o Columbus Blue Jackets. Assim como na temporada regular, Washington não iniciou sua estadia na pós-temporada da melhor maneira, tendo perdido as duas primeiras partidas da série em casa.
Porém, a equipe se redimiu ao vencer as duas partidas seguintes em Ohio e, na sequência, ampliou a vantagem na própria arena mais duas vezes. Com as vitórias da partidas cinco e seis, o time da capital americana derrotou o Columbus em 4 jogos e avançou para a próxima etapa.
Com a classificação para o segundo round em mãos, agora restava aos Capitals derrotar o atual campeão na época, o Pittsburgh Penguins, para seguir na competição.
O confronto se tornou ainda mais importante para Washington devido à eliminação na temporada passada pelo próprio Pittsburgh, coincidentemente também no segundo round. Ou seja, essa era a chance que os Caps possuiam de se redimir pelos erros passados e provar que mereciam um lugar na Final.
Apesar da derrota para o oponente na primeira partida da série, Washington recuperou-se para vencer os dois jogos seguintes. No entanto, os Penguins se colocam outra vez na competição ao vencer a quarta partida, empatando assim o round. A vitória conquistada no quinto jogo deu novamente a vantagem aos Capitals, e os aproximam ainda mais da classificação.
A casa lotada do Pittsburgh no Jogo 6 não foi o suficiente para assustar o Washington. Após três períodos regulares e um overtime, os Caps levaram a melhor, e após 20 anos, se classificam para a Final de Conferência.
So close yet so far
Um round. Era isso que separava os Capitals da Final da Stanley Cup. Tendo como oponente o Tampa Bay Lightning, o time entendia que o desafio não seria nada fácil. Foi por isso que, já no primeiro jogo, os Capitals decidiram ditar o ritmo da série, ganhando a partida e saindo em vantagem. Tal qual que acaba se estendendo com a vitória no segundo jogo.
Porém, a boa fase do time de Washington acabou decaindo no jogo três. A partir daqui, o time viu o oponente empatar a série e, em sequência, colocar-se à frente, garantindo vitória em três partidas. Portanto, o Jogo 6 seria tudo ou nada para o Washington.
A equipe voltou então para casa. Apesar de Tampa Bay ter se mostrado um grande desafio, os Capitals, usando como combustível o apoio da própria torcida, conseguiram dominar grande parte da partida. Assim, após três períodos, a equipe venceu a partida e deixou o round empatado.
Não existe Jogo 7 de uma Final de Conferência sem emoção, e foi exatamente isso que os Capitals proporcionaram aos fãs de hockey. Mostrando dominância nos três períodos, o Washington Capitals marcou quatro gols, venceu a partida e, após 20 anos, faz história ao se classificar para a Final da Stanley Cup.
Após três rounds vitoriosos, o último desafio do Washington Capitals seria o Vegas Golden Knights. O time acabou sendo surpreendido, e foi derrotado na primeira partida em um placar de 6 a 2 para seu oponente. No entanto, apesar de mostrar grande desempenho, essa seria a única vitória do Vegas na série. Os Capitals venceram a segunda partida na casa dos Golden Knights, e as outras duas seguintes em sua arena.
Por fim, campeões da Stanley Cup
Uma vitória era o que bastava para que Washington levantasse a Stanley Cup. Com isso em mente, assim como o apoio do seus torcedores, o time viajou para Las Vegas com intuito de finalizar a série no quinto jogo e garantir o troféu tão esperado pela equipe.
Após um período inteiro sem marcar, Jakob Vrana abriu o placar para Washington no início do segundo tempo. Com o gol de Nate Schmidt para Vegas empatando a partida, o capitão, Alex Ovechkin, se viu na obrigação de mudar o jogo, e colocou seu time à frente do placar novamente. Mesmo com os Golden Knights marcando mais duas vezes na segunda etapa, foram os Capitals quem mostraram dominância no restante da partida.
Devante-Smith Pelly colocou o time no jogo outra vez, logo no início do terceiro e, em seguida, seu companheiro de equipe, Lars Eller, fez o mesmo, deixando os Capitals à frente do placar pela terceira vez.
Faltando menos de oito minutos para o fim do jogo, a única coisa que Washington precisava fazer era segurar o placar, e foi isso o que aconteceu.
Assim, após oito longos minutos, o juiz apitou o fim da partida, e diante de uma T-Mobile Arena lotada, o Washington Capitals se tornou campeão da Stanley Cup. Um marco para a equipe, que conquistou o primeiro troféu de sua história.
Alex Ovechkin foi quem faturou o Conn Smythe Award, considerado portanto o MVP dos playoffs. Título merecido, já que o capitão foi uma peça essencial na conquista do time. Além de líder em gols, o jogador ainda foi o segundo com mais assistênciaspelo time nos playoffs, ficando atrás apenas de Kuznetsov.
Após a vitória em Vegas, era o momento do time comemorar o merecido campeonato. Eles voltaram para casa com o troféu e celebraram em grande estilo: um desfile que levou cerca de 1 milhão de fãs às ruas de Washington, e nos trouxe memórias históricas (é quase impossível esquecer Ovechkin e companhia celebrando em uma fonte em Georgetown Waterfront).
Este foi o único título que o time conquistou na década, mas a quantidade de títulos não diminui o grande elenco que Washington formou ao longo dos anos, e que ainda tem muito potencial para novas conquistas. Se depender da vontade de Alex Ovechkin e companhia, ainda veremos o time levantar outra Cup.