A conquista da Stanley Cup pelo Chicago Blackhawks
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Seis temporadas. Foi este o tempo necessário que o Chicago Blackhawks levou para conquistar três Stanley Cups. Isso diz muito sobre o time que os Hawks construíram neste período: consistente, equilibrado e campeão.
O ano de 2015 teve gosto agridoce para o time de Chicago. Foi a última taça, na década, conquistada pela equipe, mas que foi precedida de uma temporada espetacular e de superação.
Essa edição do 10 for 10 nos coloca diretamente em 2015 para revisitar a conquista da Stanley Cup pelos Blackhawks.
A temporada
Na pré temporada de 2014-15, os Blackhawks contrataram um novo técnico assistente, Kevin Dineen, com intuito de reforçar a equipe técnica para nova temporada que já batia à porta. Dineen já havia sido colega de time do então head coach dos Hawks, Joel Quenneville, uma das peças essenciais na conquista das duas Stanley Cups anteriores.
A equipe estreou na temporada em 9 de outubro contra o Dallas Stars, na casa do oponente e Chicago saiu vitorioso do confronto, começando o ano em uma nota positiva. Posteriormente, o calendário seguiu em um bom ritmo para Chicago e, ao fim de 2014, a equipe possuía um recorde de 25-10-2, encontrando-se, desta forma, na zona de classificação para os playoffs.
Apesar de estar em boa fase até o momento, o fim de 2014 trouxe notícias trágicas para os Blackhawks: o falecimento do equipment manager da equipe, Clint Reif. O fato abalou toda a equipe, já que Reif era alguém muito querido pela organização. O time acabou fazendo uma homenagem ao falecido funcionário em uma partida contra os Leafs, na qual os jogadores utilizaram as iniciais de Clint em seus capacetes, e a arena inteira fez um minuto de silêncio antes do jogo começar.
O ano de 2015 se iniciou para o time com a sua participação no Winter Classic. O jogo foi disputado contra os Capitals, em Washington, diante de um Nationals Park lotado. No entanto, o fim da partida não foi feliz para a equipe visitante, que acabou voltando para Chicago com uma derrota de 3 a 2.
No restante do mês de janeiro e fevereiro, os Hawks não protagonizam as melhores performances da temporada, e, desta forma, acabam somando muitas derrotas. Porém, em Março, as coisas acabam por se equilibrar, e durante todo o mês, a equipe acabou perdendo apenas 3 jogos.
Infelizmente, um mês e alguns dias após a morte de Reif, Chicago recebeu outra notícia fatídica. Steve Montador, ex-jogador da equipe na temporada 2011-12, também veio a falecer, na metade de fevereiro. O jogador era especialmente próximo de Daniel Carcillo, que ainda jogava pelos Hawks naquele ano. Posteriormente, o cérebro do ex-jogador foi estudado e, em suma, descobriu-se que este sofria de CTE, Encefalopatia Traumática Crônica. A doença foi causada pelas fortes concussões que o atleta sofreu durante a carreira, e sua morte abalou a comunidade do hockey.
Finalmente, a temporada regular chegou ao fim para o Chicago em 11 de abril de 2015, com uma partida contra o Colorado Avalanche. O time, por fim, finalizou o ano com uma campanha de 48-28-6, ocupando o terceiro lugar na Divisão Central e o quarto na Conferência Oeste, com 102 pontos. Assim, na sétima posição overall da Liga, os Blackhawks partiram para os playoffs e as expectativas eram altas.
Os Playoffs
Se formos falar de times que conhecem muito bem os playoffs e a sua dinâmica, esse time é Chicago, principalmente na última década. Após o dois campeonatos conquistados anteriormente, e passando perto em outros anos, os Hawks iniciam sua jornada até a Stanley Cup confiantes de seu potencial, levando este como combustível durante sua estadia na pós-temporada.
O primeiro adversário da equipe foi o Nashville Predators. Este que também vinha de uma grande temporada regular, tendo finalizado esta uma posição acima dos Hawks na Divisão Central.
Chicago ganhou a primeira partida, disputada na casa do adversário, porém perdeu o segundo confronto, também em Nashville. A equipe então voltou para casa, disputando os dois jogos seguintes no United Center e levando a vitória nos dois confrontos. Se vencesse o jogo 5, os Blackhawks passariam diretamente para o segundo round dos playoffs. No entanto, Nashville venceu a quinta partida, levando a série para um jogo seis. Por fim, Chicago saiu vitorioso no sexto confrontro e se classificou para a segunda etapa da competição.
Desta vez, o oponente era o Minnesota Wild. De todos os confrontos, este foi o que o time menos encontrou resistência. A equipe venceu as duas primeiras partidas diante de sua torcida e, seguidamente, as outras duas disputadas na casa do Minnesota. Após quatro vitórias seguidas, os Blackhawks, por fim, avançaram para as Finais de Conferência.
Uma rodada e o Anaheim Ducks. Era apenas isso que separava o Chicago da Final da Stanley Cup. Talvez, esta tenha sido a etapa em que a equipe mais encontrou dificuldades, precisando de todos os sete jogos contra o time de Anaheim. Durante o primeiro jogo do round, os Hawks perderam na casa dos seus adversários. Porém, garantiram uma vitória na segunda partida, deixando assim a série equilibrada. Seguidamente, nos Jogos 3 e 4, Chicago voltou para a casa, novamente perdendo uma partida e vencendo a outra. Com a etapa empatada, os times voltaram para Anaheim, onde os Ducks acabam levando a melhor. Mas, ao vencer o Jogo 6, os Blackhawks forçaram uma sétima partida, e, diante dos fãs do seu oponente, a equipe venceu, encaminhando-se por fim para a Final da Stanley Cup.
O destino final do time de Chicago era o confronto contra o Tampa Bay Lightning. Apesar de ter vencido o primeiro confronto, os Hawks acabaram perdendo os dois jogos seguintes, sendo um deles em casa. No entanto, a equipe volta a vencer o Jogo 4 e, em seguida, o Jogo 5. Desta forma, com três vitórias contra duas de Tampa Bay, caso o time vencesse a sexta partida, se consagraria, então, o campeão da Stanley Cup.
Blackhawks campeão
Felizmente para o time da casa, o Jogo 6 aconteceu em Chicago. Aqui, a única coisa que mantia os Hawks longe da Stanley Cup era apenas uma vitória contra Tampa Bay.
A equipe começou bem. Apesar de nenhum dos times ter marcado no primeiro período da partida, foi a equipe da casa quem deu o pontapé inicial, abrindo o placar com um gol de Duncan Keith. É apenas com este gol que a partida se mantém durante o terceiro período. Por um tempo.
Aos 14:46 da última etapa do jogo, Patrick Kane coloca o puck no fundo da rede, aumentando mais ainda a vantagem dos Blackhawks. Nos minutos que se seguiram ao fim do jogo, a equipe da casa continuou segurando o placar.
Quando a sirene final soou, com o placar de 2 a 0 sobre o Tampa Bay Lightning, e diante de um United Center lotado de torcedores eufóricos, o Chicago Blackhawks foi coroado o campeão da Stanley Cup da temporada 2014-15.
Jonathan Toews levantou a Stanley Cup pela terceira vez em cinco anos mas, desta vez, com um gosto especial para o time: das três conquistas, esta foi a primeira em que o capitão ergueu o troféu diante da própria torcida do Chicago Blackhawks. Após a partida, Duncan Keith acabou faturando o Conn Smythe Trophy, eleito o jogador mais valioso (MVP) dos playoffs.
Além da festa no United Center, o time comemorou com um desfile, que lotou as ruas de Chicago das cores e de torcedores do time, e contou com cerca de 2 milhões de pessoas que comemoraram a conquista junto aos jogadores.
2015 marcou o fim de um ciclo para o Chicago. A conquista de três troféus em cinco anos acaba falando muito sobre como a equipe se construiu e reconstruiu neste período, e o porquê levou, merecidamente, o título de melhor equipe da década passada.
Os Blackhawks não foram perfeitos em boa parte destas temporadas, mas não existe espaço para perfeição completa nos esportes. Há erros e acertos. Às vezes mais uns do que outros. Mas, acima de tudo, existe muito trabalho árduo – o suficiente para que três campeonatos fossem conquistados por Chicago em seis anos, e isso ninguém nunca poderá tirar do time, porque ficou marcado na história.
Os últimos anos não têm sido fáceis para os Hawks, e o time tem passado por uma fase de transição. Portanto, como bons fãs do esporte, que possamos lembrar e apreciar essas conquistas e, desta forma, torcer para que, num futuro não muito distante, os Blackhawks voltem a repetir os mesmo êxitos da última década.