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Os possíveis destinos de Taylor Hall, estrela dos Devils

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Os possíveis destinos de Taylor Hall, estrela dos Devils

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Taylor Hall cumprimenta colegas de time em jogo do New Jersey Devils

Nas últimas semanas, diversos rumores sobre a possível saída de Taylor Hall do New Jersey Devils vêm se destacando na mídia. Devido a mais um péssimo início de temporada, a estrela do New Jersey Devils estaria procurando uma nova casa ainda nessa temporada.

Na semana passada, John Hynes, até então técnico do New Jersey Devils, foi demitido. Essa demissão parecia ter sido um alívio, uma esperança para, quem sabe, as coisas melhorarem para a equipe.

Contudo, desde que Alain Nasreddine assumiu o time, os Devils perderam dois jogos, sendo um deles no OT. Claramente ainda é cedo para que o desempenho de Nasreddine seja avaliado, porém a situação atual do time ainda é alarmante, principalmente para sua maior estrela.

Taylor Hall chegou ao time em 2016, vindo do Edmonton Oilers. Nos Devils, ele ganhou o primeiro Hart Trophy da franquia. Além disso, foi o principal responsável por levar o time aos primeiros playoffs desde 2012, na temporada 2017-2018.

O maior desejo de Hall, como de qualquer atleta na NHL, é de jogar os playoffs e ganhar a Stanley Cup. Em sua carreira, o canadense de 28 anos tem apenas cinco jogos de playoffs disputados.

Visto que Hall se torna free agent em 2020, rumores sobre seu destino têm surgindo com muita intensidade. Alguns afirmam que essa troca ocorrerá ainda esta semana.

Alguns times demonstraram interesse em Taylor Hall ou, pelo menos, é o que dizem os rumores. Sendo assim, levantamos quais os pontos positivos, negativos e as dificuldades desse possível negócio.

Colorado Avalanche

Joe Sakic, ex-jogador do Colorado Avalanche, é o GM do time. (Foto: RJ Sangosti)

O Colorado Avalanche possui ótimos forwards. A combinação de Gabriel Landeskog, Mikko Rantanen e Nathan MacKinnon é uma das melhores na Liga, sem dúvida. Entretanto, Landeskog e Rantanen sofreram lesões que os deixaram fora por algumas semanas.

Mesmo com a falta de jogadores importantes, a segunda linha, composta por JT Compher, Andre Burakovsky e Joonas Donskoi, conseguiu um desempenho satisfatório no gelo. Com eles, o time produziu 26 gols e somou 62 pontos em 29 jogos.

As novas aquisições do Avalanche estão mostrando boa adaptação no time, e talvez esse seja um ponto importante a considerar para uma possível chegada de Hall. Burakovsky foi adquirido do Washington Capitals e já marcou 12 gols. Outro jogador que também vem mostrando resultados positivos é Donskoi, adquirido dos Sharks, que apresenta boas estatísticas. Atualmente é o terceiro colocado da equipe na lista de pontos, com 22. Isso nos mostra que o time não depende de somente uma linha para ter resultados bons.

A adição de Taylor Hall ao elenco poderia trazer o poder ofensivo que o time precisa para poder chegar em uma final de Stanley Cup. Mas a chegada de Hall implicaria em menos minutos no gelo de Burakovsky e Donskoi, que estão dando resultado exatamente por terem mais tempo jogando do que tinham em suas antigas equipes.

Ray Shero, GM dos Devils, poderia querer uma combinação de algum prospect de alto nível (Bowen Byram, por exemplo, considerado um dos melhores prospects da farm system do Avalanche), somado a draft picks e/ou outro jogador do elenco atual. Contudo, Joe Sakic, GM do time, só teria interesse nisso se Taylor Hall assinasse por longo prazo.

Então, entramos na parte mais complexa desse cenário. Muitos contratos vencerão nos próximos anos. A começar pelo contrato do goleiro Philipp Grubauer e do capitão Landeskog. Grubauer recebe, atualmente, 3.3 milhões e Landeskog, 5.1 milhões. Manter estes contratos é algo fundamental, pois Grubauer nas redes é um dos diferenciais que o Avalanche adquiriu nos anos em que ficou de fora da pós-temporada.   Além do goleiro, Landeskog é essencial na primeira linha e, acima de tudo, é o capitão da equipe.

Outro jogador que precisa pensar no cap para oferecer um futuro contrato é Cale Makar. O defensor, que já é candidato ao Calder Trophy, torna-se RFA em 2021. Dessa forma, ele poderia muito bem pedir um salário idêntico ao de Thomas Chabot, do Ottawa Senators, que assinou por 8 milhões nessa offseason.

Sem dúvida, estas questões precisam ser levadas em conta pelo time frente a esse possível cenário de Taylor Hall no Colorado Avalanche. Adicionado ao elenco, com certeza o time de Denver viraria um candidato à Stanley Cup. Entretanto, sacrificar alguns dos melhores jogadores da talvez melhor farm system da Liga soa arriscado se Hall não estiver disposto a assinar um contrato longo.

Montreal Canadiens

Marc Bergevin, GM dos Habs. (Foto: TVA Sports)

Por mais arriscado que seja assinar com um jogador de 28 anos, fazer isso com Taylor Hall talvez não seja má ideia para o Montreal Canadiens. Apesar da pouca experiência nos playoffs, Hall continua sendo um dos melhores jogadores de elite da NHL. Ele possui habilidades importantes, como a de redirecionar jogadas e finalizar. Dessa forma, sua capacidade de matar jogadas, lançado pucks às redes, seria de bom grado para um time que notavelmente peca nesse quesito.

Além disso, a franquia de Quebec há muito tempo não possui um jogador no ataque que seja a estrela do time. Taylor Hall certamente é o tipo de jogador que transformaria qualquer equipe, em ambos os sentidos. Ele seria a cara da franquia e ajudaria o time com suas habilidades. 

Embora Marc Bergevin, GM dos Habs, tenha admitido que procura uma estrela para seu time, esta não é a maior prioridade neste momento.

Com uma média de quatro gols permitidos por jogo, a defesa dos Habs possui defensores veteranos, como Shea Weber e Jeffy Petry. Muito dos motivos para que a defesa seja fraca é por conta deles, que são facilmente alcançados no rinque por outros jogadores mais rápidos e ágeis. 

Um dos principais prospects dos Habs é um defensor, Cole Fleury. Ele seria a esperança de uma melhora, todavia, só ele não basta para que a defesa do time de Montreal tome forma..  

Montreal possui o espaço necessário no cap, caso eles procurem uma negociação como a de Mark Stone, mandado para Vegas Golden Knights. Após ser trocado do Ottawa Senators, ele assinou um contrato de oito anos por 8 milhões. Atualmente, os Canadiens têm exatamente 8 milhões de cap space.

Um cenário para esta troca seria mandar Cole Caufield (que ainda não tem contrato assinado pois joga esta temporada pela Universidade de Wisconsin), Charles Hudon e mais uma escolha da segunda rodada por Hall e mais um jogador mediano dos Devils. Outros prospects importantes que poderiam ser envolvidos na troca seriam Ryan Suzuki, Ryan Poehling e Josh Brook.

Ainda assim, Taylor Hall não é defensor. Porém, ele possui habilidades defensivas razoáveis. Isso poderia trazer benefícios para o time. A presença de um forte atacante mudaria o cenário dos Habs, ao ser fatal na hora de matar jogos que poderiam ser ganhos caso alguém fizesse o gol na hora certa. Hall, sem dúvida, seria esse jogador. 

Enfim, Bergevin precisaria agir, afinal, há uma certa emergência para os Canadiens ir aos playoffs. O melhor prazo seria por agora, pois há chances de que, na deadline de 1º de julho, outros times irão atrás e a disputa por Hall ficará mais concorrida. 

Menção honrosa: Edmonton Oilers

Este rumor talvez soe um pouco improvável, pois Taylor Hall jogou no Oilers por cinco temporadas. Além disso, o cap space dos Oilers é de aproximadamente 1 milhão. Então, quais seriam os motivos para que os Oilers recorressem a ele?

O Oilers tem tido uma temporada 2019-2020 relativamente boa. Porém, o time ainda depende da linha composta por Connor McDavid e Leon Draisaitl. A adição de Taylor Hall nesta line up poderia equilibrar o time, além de dividir a responsabilidade ofensiva, que está atualmente concentrada em McDavid e Draisaitl. 

Para que esta troca ocorresse, Ken Holland, GM do Oilers, teria de ser criativo para criar espaço no cap. Uma das possibilidades seria mandar três bons jogadores da afiliada Bakersfield Condors e Jesse Pulijujarvi para New Jersey Devils, em troca de Taylor Hall e de mais um jogador mediano.

A seleção da primeira rodada no draft de 2020 talvez seja o que os Oilers possuam de mais valioso no momento. Porém, há muito risco em disponibilizar as escolhas em uma troca pelo veterano Hall. Este é definitivamente um risco que Holland não quer correr, ainda mais em seu primeiro ano de exercício. 

A permanência no New Jersey Devils

Para que os Devils possam ir aos playoffs, eles precisariam vencer 35 jogos dos 55 que restam até o final da temporada. Isso é uma tarefa difícil, não só para eles, como para qualquer time da Liga. O St. Louis Blues conseguiu algo parecido, mas nunca é bom se basear nas exceções.

O New Jersey Devils não precisa de somente um jogador para ganhar a Stanley Cup. O que os Devils precisam vai muito além disso, a começar por um técnico propriamente dito. Ademais, precisam ainda retirar algumas peças do elenco e um goleiro melhor.

Mas e se o time conseguisse tudo isso? Afinal de contas, o elenco possui bons nomes. Além de veteranos como PK Subban, Wayne Simmonds e Nikita Gusev, Jack Hughes, first round pick, poderia ser a cara de uma nova reconstrução, em conjunto com os prospects Ty Smith, Nico Hischier e alguns picks altos do draft de 2020. Entretanto, esse processo poderia levar em média três a quatro anos, com os jogadores mais jovens ainda se desenvolvendo.

Apesar da permanência de Hall nos Devils soar incoerente após termos listado as vantagens de uma possível troca, existem motivos para isso. Pensando em um novo rebuild, ele poderia assinar um contrato não tão longo e caro. Com um outro técnico, outras perspectivas. Se então, o time conseguisse ter nenhuma melhora, a troca seria feita. 

Algo é certo: com Hall indo embora, que é o rosto da franquia, o New Jersey Devils ou iria a declínio, ou iria melhorar. Um caso recente, que pode servir como parâmetro, foi o de John Tavares. 

Após a maior estrela do New York Islanders sair, o time conseguiu ir aos playoffs após duas temporadas de fora. Muito disso se deve, também, ao técnico Barry Trotz, que ganhou a primeira cup da franquia do Washington Capitals.

Contudo, a frustração de não poder dar o seu melhor e continuar em um lugar no qual avanços não são visíveis, podem fazer com que Hall de fato seja trocado.  

Foto: Bruce Bennett/Getty Images

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